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Rover Zhurong acha evidências de água em lugar inesperado de Marte

Por| Editado por Patricia Gnipper | 02 de Maio de 2023 às 13h52

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CNSA/PEC
CNSA/PEC

O rover Zhurong, da China, identificou evidências de água líquida em baixas latitudes de Marte, ou seja, nas áreas mais quentes do planeta. Elas foram observadas na superfície de dunas em Utopia Planitia, o local onde o rover pousou em 2021.

Os cientistas consideram que Marte teve grandes reservas de água líquida no passado, há cerca de três bilhões de anos. Entretanto, o planeta passou por uma série de mudanças e parece ter perdido parte da água líquida por meio do escape atmosférico; por isso, considera-se que, hoje, a água deve existir por lá somente no estado sólido ou gasoso.

O rover Phoenix, da NASA, mostrou que a água líquida com sais poderia existir atualmente durante o verão marciano e a altas latitudes, mas faltava ainda identificar água líquida nas latitudes mais baixas — e é aqui que entram as novas descobertas do Zhurong.

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Desde quando pousou por lá, o rover estudou a composição de quatro dunas. Os dados mostraram que todas elas estão cobertas por crostas com fraturas e fendas, formadas pelo derretimento de água congelada entre 1,4 milhões e 400 mil anos atrás. “Isso significa um momento mais recente na história de Marte”, explicou Xiaoguang Qin, cientista da Academia Chinesa de Ciências.

“De acordo com os dados meteorológicos obtidos pelo Zhurong e outros rovers de Marte, consideramos que estas características na superfície das dunas estão relacionadas ao envolvimento de água salgada, formada pelo derretimento de uma camada congelada ou de neve nas superfícies das dunas quando o resfriamento ocorreu”, acrescentou ele.

Resumidamente, o que acontece é que os sais das dunas fazem com que a camada congelada derreta, formando água líquida salgada. Depois, quando a salmoura seca, os minerais deixados ali reagem com a areia e formam novas partículas, que estão presentes na crosta. Em seguida, a crosta diminui de tamanho e acaba rachada com sulcos e outras aberturas em sua estrutura.

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Os autores explicam que o vapor d’água saiu dos polos de Marte para regiões em latitudes mais baixas (como aquela em que o Zhurong está) há milhões de anos, quando as calotas polares do planeta liberaram grandes quantidades de vapor. Como as temperaturas eram baixas o suficiente, o vapor sofreu condensação e desceu ao solo dos locais mais distantes dos polos como neve.

Já a formação das dunas foi observada em um local, mas deve ter ocorrido em outras áreas presentes em latitudes parecidas. Portanto, a descoberta representa evidências de água líquida em latitudes baixas, onde há condições mais favoráveis para o desenvolvimento de vida do que em latitudes maiores. “Isso é importante para o entendimento da evolução do clima de Marte, a busca por um ambiente habitável e para o fornecimento de pistas para futuras buscas por vida”, finalizou Qin.

O artigo que descreve as descobertas foi publicado na revista Science Advances.

Fonte: Science Advances; Via: Space.com, China Daily