Revelada a origem da maioria dos meteoritos que atingem a Terra
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |

Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS), do Observatório Europeu do Sul e da Universidade Charles identificaram a origem da maioria dos meteoritos encontrados em nosso planeta. Através de observações do Cinturão de Asteroides e modelos computacionais, eles concluíram que mais de 70% dos meteoritos encontrados em nosso planeta vieram de apenas três colisões ocorridas no Cinturão.
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O Cinturão de Asteroides fica entre Marte e Júpiter, e abriga mais de um milhão de rochas espaciais com pelo menos 1 km de diâmetro. Para o estudo, a equipe analisou todas as famílias de grandes asteroides no Cinturão, observando-os detalhadamente. Depois, eles usaram as informações para criar simulações, reconstituindo a formação dos objetos e identificando quando ocorreram as colisões que os originaram.
No fim, eles concluíram que muitos dos meteoritos vieram de apenas três famílias. Karin, uma das mais jovens, foi formada há 5,8 milhões de anos e tem pelo menos 90 asteroides conhecidos; já a família Koronis foi criada há 7,5 milhões de anos e tem mais de 5.900 objetos — Ida é um deles, e foi o alvo da missão Galileo, da NASA.
Finalmente, a família mais antiga de objetos é a Massalia, criada há 40 milhões de anos. Ali, estão mais de 6 mil asteroides, que são responsáveis por mais de 37% dos meteoritos. Agora que a origem dos meteoritos foi determinada, faltou resolver outro mistério: por que tantos vieram de apenas três colisões?
Segundo a equipe, o segredo está nas próprias famílias de asteroides, onde é muito mais provável que os impactos aconteçam. Como os asteroides têm propriedades orbitais similares, todos ficam relativamente agrupados, ou seja, têm mais chances de colidirem uns com os outros. Estes impactos criam novos fragmentos rochosos — às vezes, alguns são disparados pelo Sistema Solar, e acabam colidindo com a Terra.
Michaël Marsset, autor principal de um dos estudos publicados sobre a descoberta, explicou que as colisões mais recentes ocorridas no Cinturão estão dominando completamente o fluxo de materiais em direção ao nosso planeta. “Você pode pensar que o fluxo de meteoritos deveria ser uma mistura de todas as classes de composição vistas no Cinturão, mas não é o caso, é dominado por três asteroides que se fragmentaram recentemente”, disse ele ao Gizmodo.
Os artigos que descrevem os resultados foram publicados nas revistas Nature e Astronomy and Astrophysics.