Reino Unido aprova internet Starlink e usuários já recebem kits beta
Por Danielle Cassita | 12 de Janeiro de 2021 às 17h20
O Reino Unido aprovou o serviço de internet dos satélites Starlink, da SpaceX. De acordo com a Ofcom, entidade reguladora britânica, a autorização foi concedida à SpaceX em novembro — e já há relatos de quem utilizou a internet Starlink e gostou da velocidade. Clientes dos Estados Unidos e Canadá começaram a participar dos testes no ano passado, e a empresa quer aumentar ainda mais a cobertura neste ano que se inicia.
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Com a licença aprovada no Reino Unido, a rede Starlink pode competir diretamente com provedores de internet em solo, como a BT Group, ou até com empresas que já fornecem o serviço por satélite, como é o caso da OneWeb. Os usuários que se inscreveram para o teste Better Than Nothing Beta, no Reino Unido, já começaram a receber seus kits — Philip Hall é um deles. Morador de Devon, uma cidade bastante rural, ele relatou ao portal Insider que recebeu o roteador e terminal para conexão à rede bem na noite do Ano Novo, e que a internet que utilizava antes (a da BT) fornecia velocidade de download de apenas 0,5 megabits por segundo. Com a rede Starlink, a velocidade foi para 85 mbps: “conseguimos até fazer um jogo de perguntas e respostas no Zoom com os netos, foi maravilhoso!”, relata.
A SpaceX havia enviado e-mails para os clientes informando que os usuários poderiam ter velocidades entre 50 Mbps e 150 Mbps, e houve pessoas nos Estados Unidos que relataram velocidades de download acima dos 210 Mbps. E para quem mora em regiões rurais ou muito afastadas, a internet fornecida pelos satélites poderá ser uma ajuda enorme. Informações obtidas pela Ofcom revelaram que 5% das casas do Reino Unido não têm internet com velocidade de pelo menos 30 Mbps. É esperado que os próximos países a testar o serviço sejam a Grécia, Alemanha e Austrália, já que os três também forneceram aprovação para a Starlink.
A alta velocidade é conferida devido ao projeto da Spacex de posicionar os satélites em órbita bem mais próxima da superfície da Terra; assim, como ficam em órbitas de 550 quilômetros, o sinal viaja bem menos para alcançar o usuário — mas, por outro lado, isso exige a disposição de mais satélites no espaço.
Como o objetivo de Elon Musk, CEO da empresa, é levar a rede de banda larga de alta velocidade para todo o mundo, é esperado um total de 30 a 42 mil satélites Starlink; por enquanto, a SpaceX já dispôs cerca de mil deles em órbita. Vale lembrar que, embora benéfica para os usuários, a constelação de satélites traz um problema para a astronomia: os satélites refletem facilmente a luz solar e acabam aparecendo imagens nas observações astronômicas. Mesmo assim, a empresa está trabalhando em soluções para não prejudicar a astronomia.
Fonte: Business Insider, Inverse