Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

3% dos mais de 800 satélites Starlink já lançados se mostraram defeituosos

Por| 29 de Outubro de 2020 às 21h00

Link copiado!

SpaceX
SpaceX
Tudo sobre SpaceX

A SpaceX segue fazendo lançamentos periódicos de satélites Starlink, normalmente com 60 unidades a cada envio para a órbita terrestre, num esforço de chegar ao número de pelo menos 12 mil unidades, numa megaconstelação que pode totalizar 30 mil satélites. Agora, com mais de 800 já lançados, a empresa teve cerca de 3% de perdas, com satélites que apresentaram defeitos e, por isso, estão desativados.

Entre as falhas, estão satélites que não conseguiram responder às manobras necessárias para que sejam posicionados na órbita correta, o que pode ser perigoso para outros satélites ao redor da Terra, bem como para espaçonaves que estejam passando por ali. Para evitar colisões, a empresa de Elon Musk equipa os Starlink com propulsores individuais, que são acionados para elevar a órbita dos equipamentos, mas a empresa comunicou à Federal Communications Comission (FCC, que regula as comunicações nos Estados Unidos) que, entre meados de maio e o final de junho, vários satélites não conseguiram fazer tais manobras.

Continua após a publicidade

Não ficou claro, contudo, exatamente quais Starlink apresentaram esse defeito, mas o astrofísico Jonathan McDowell, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, decidiu fazer suas próprias análises. Ele postou seu estudo em seu site chamado Jonathan's Space Report, mostrando como combinou os dados da SpaceX com dados do governo dos EUA e, a partir disso, concluiu que aproximadamente 3% dos Starlink falharam porque não conseguiram responder mais a comandos enviados da Terra. Vale dizer que 3% é um nível relativamente baixo ao se considerar todo o contexto.

Ainda assim, os satélites desativados representam riscos. "Eu diria que sua taxa de falha não é flagrante. Não é pior do que a taxa de falha de qualquer outra pessoa. A preocupação é que mesmo uma taxa de falha normal em uma constelação tão grande acabe com muito lixo espacial ruim", disse McDowell.

A ameaça das colisões em órbita

Continua após a publicidade

Isso tem nome e se chama "Síndrome de Kessler", em homenagem a Donald J. Kessler, cientista da NASA que fez seu nome em cima de estudos sobre detritos espaciais. Em 1978, ele propôs, pela primeira vez, a síndrome que leva seu nome — a ideia é que cada colisão gera detritos, altera a altitude da órbita e a velocidade desses pedaços, o que acaba, com a ocorrência de novas e novas colisões, se tornando um efeito em cascata, uma "bola de neve".

A agência espacial europeia (ESA) atualizou, em fevereiro de 2020, um relatório sobre a quantidade de satélites atualmente na órbita da Terra. Eles chegaram ao número de 5.500, dos quais cerca de 2.300 ainda estão operacionais. E, considerando apenas a megaconstelação Starlink, quando estiver completa, com base na atual taxa de satélites desativados, prevê-se que a SpaceX aumentará o número de equipamentos sem funcionar ao redor do planeta em algo entre 11% e 40%.

E como se não bastasse a quantidade de satélites em órbita, o problema fica ainda mais preocupante ao considerar quantos detritos estão nos rondando, uma vez que diversas colisões já aconteceram ao longo das últimas décadas. A ESA estima que, hoje, existam 34 mil objetos com mais de 10 centímetros de diâmetro em órbita, 900 mil com entre 1 cm e 10 cm, e outros incríveis 128 milhões medindo entre 1 mm e 1 cm.

Continua após a publicidade

Fonte: Phys.org