Programa Artemis: NASA adia 1º pouso tripulado na Lua após era Apollo
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |

Ainda vai demorar mais um pouco até o lançamento das missões lunares Artemis II e III, as primeiras a levar novos astronautas à Lua desde o fim da era Apollo. Na quinta (5), a NASA anunciou adiamentos no cronograma destas missões, que vão levar suas tripulações à órbita e superfície lunar, respectivamente.
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Com a mudança, a Artemis II não vai mais ser lançada em setembro de 2025, mas sim em abril de 2026. Já a Artemis III, que antes estava programada para o fim de 2026, ficou para a metade de 2027.
“O espaço é exigente”, observou Bill Nelson, administrador da NASA, durante o evento. “E nós, assim como nosso setor e parceiros internacionais, precisamos desse tempo para garantir que a cápsula Órion esteja pronta para levar nossos astronautas com segurança ao espaço profundo e de volta à Terra”, finalizou. Portanto, o tempo extra vai ser necessário para a preparação da cápsula Órion para seu primeiro voo tripulado.
A espaçonave foi usada em dois voos — o mais recente deles foi a Artemis I, que durou 25 dias e não teve tripulantes. Tudo pareceu correr bem, mas as análises após o voo mostraram que o escudo térmico do veículo sofreu um desgaste mais irregular do que o previsto pelos engenheiros da missão.
Se alguém estivesse a bordo, o tripulante estaria seguro porque, apesar do incidente, o interior da espaçonave tinha quase temperatura ambiente. Mesmo assim, as equipes da missão precisavam descobrir o que aconteceu, e parece que tiveram sucesso.
O que aconteceu na Artemis I
Segundo os oficiais da NASA, o aquecimento irregular se deve à trajetória de “salto” da Órion: durante a reentrada, ela “pulou” para fora da atmosfera e voltou outra vez para dissipar a energia associada à altíssima velocidade do retorno. O problema é que o procedimento levou ao acúmulo de calor na camada externa do escudo, causando formação de gases e retenção deles dentro do componente.
Pam Melroy, administradora adjunta da agência espacial, explicou que isso resultou em um acúmulo de pressão interna e consequente rachadura e desgaste irregular da camada. Novos estudos do escudo mostraram que a Órion vai conseguir proteger a tripulação durante a Artemis II, ou seja, não é necessário criar uma nova versão para a próxima missão.
Mesmo assim, as equipes da missão decidiram mudar a trajetória de reentrada para diminuir estas ocorrências. Por isso, a Orion deve pousar mais perto de San Diego do que o planejado antes, facilitando o resgate dos astronautas caso ocorra algum imprevisto durante a reentrada.
Finalmente, o adiamento da Artemis III ainda mantém os Estados Unidos à frente da China enquanto ambos os países se preparam para chegar ao polo sul do nosso satélite natural. A região não foi escolhida por acaso: os cientistas suspeitam que ali existe grande quantidade de água congelada, recurso essencial para o estabelecimento de uma base lunar.
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Fonte: Space.com