NASA começa a estudar amostra da Lua que esteve lacrada por 50 anos
Por Wyllian Torres • Editado por Patricia Gnipper |
A NASA começa a estudar uma amostra lunar lacrada há 50 anos, coletada pela missão Apollo 17 em 1972. O material da Lua, intacto por todos esses anos, pode fornecer informações cruciais sobre a superfície lunar, que ajudarão as próximas missões do Programa Artemis ao polo sul do satélite natural.
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Durante a missão Apollo 17, há 50 anos, o astronauta Eugene Cernan coletou a amostra a partir de um deslizamento no Vale Taurus-Littrow, no sudeste do Mar da Serenidade. Um cilindro com 70 cm de comprimento foi martelado contra a superfície para realizar a coleta.
Uma parte da amostra foi armazenada em um recipiente não selado, enquanto a outra foi colocada em um recipiente à prova de vácuo. Ao chegar na terra, a cápsula foi armazenada em uma câmara de vácuo onde permaneceu intacta até recentemente.
Mas por que tanta demora para abrir e analisar esse material lunar? Segundo Lori Glaze, diretora da Divisão de Ciência Planetária da NASA, a agência sabia que tanto a ciência quanto a tecnologia evoluiriam de modo que os cientistas pudessem estudar o material com abordagem mais conclusivas.
Abrindo a cápsula do tempo
Mesmo após tanto tempo selada, a amostra ainda pode conter elementos importantes além de rochas e poeira lunar, como as substâncias voláteis — como o gelo, que se liquefaz em temperaturas normais. Quando foi recolhido em 1972, o material estava extremamente gelado.
Ainda assim, a expectativa é que exista pouca quantidade de gases nessa amostra, por isso a equipe de cientistas está usando um dispositivo desenvolvido pela Universidade de Washington para extrair e armazenar o gás.
A NASA também conta com o “abridor de latas Apollo” desenvolvido pela Agência Espacial Europeia (ESA), entregue ao Johnson Space Center no final do ano passado onde a equipe da ESA ensinou à equipe da agência norte-americana a operar o equipamento.
A abertura da amostra já foi iniciada e, segundo a NASA, a vedação do tubo parece estar intacta. Qualquer gás presente na cápsula será identificado por uma moderna tecnologia de espectroscopia e será compartilhado para que outras instituições de pesquisa estudem a composição.
Francesca McDonald, que lidera o projeto da ESA, disse que cada gás analisado pode ajudar a entender uma parte diferente da história e da evolução dos elementos voláteis na Lua e no início do Sistema Solar.
Fonte: Via NASA