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Planetas com menos água também podem ser promissores para a vida

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

Se alienígenas existirem, eles podem estar no terminador de seus planetas, a “fronteira” que divide o lado noturno e o diurno. O cenário foi investigado por Ana Lobo, astrofísica da Universidade da Califórnia, em um novo estudo sobre exoplanetas com baixa quantidade e água e que têm sempre um mesmo lado voltado para suas estrelas — como acontece com a Lua e a Terra.

Estes planetas têm o chamado “bloqueio de marés”, uma interação gravitacional que faz com que um mesmo lado do planeta fique sempre voltado para a estrela. “Eles são planetas onde o lado diurno pode ser extremamente quente, muito além das [condições para] habitabilidade, e o lado noturno é congelante, talvez coberto por gelo”, explicou ela. Por outro lado, o terminador pode ter condições adequadas para o surgimento de vida.

Enquanto os astrobiólogos costumam focar a busca por vida em exoplanetas com água, um ingrediente essencial para a vida como conhecemos, Ana e seus colegas decidiram investigar novas possibilidades para o surgimento de vida. “Estamos tentando chamar a atenção para mais planetas com água limitada”, disse.

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Apesar de estes mundos não terem oceanos vastos, eles podem ter lagos ou outras pequenas massas de água, com clima promissor para a vida surgir. Por meio de simulações, os autores mostraram que a zona do terminador nos planetas com quantidade significativa de solo, em comparação com aqueles cobertos por oceanos, pode abrigar água líquida — e, consequentemente, condições para seres vivos.

Isso muda no caso dos exoplanetas com grande quantidade de água: neles, o efeito não ocorre porque a água iria evaporar, formando uma camada espessa ao redor do planeta. Portanto, o estudo pode ajudar os astrônomos a terem mais opções de exoplanetas para a busca por vida em outros mundos. ”Ao explorar estes estados climáticos exóticos, aumentamos nossas chances de encontrar e identificar um planeta habitável em um futuro próximo”, disse.

Além disso, o estudo indica ainda que talvez seja necessário ajustar a forma como estudam climas de exoplanetas em busca de sinais de vida, porque as bioassinaturas podem estar presentes apenas em algumas partes da atmosfera.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal.

Fonte: The Astrophysical Journal; Via: UCI