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Planeta anão Ceres pode ter se formado em local distante de onde está agora

Por| Editado por Patricia Gnipper | 18 de Março de 2022 às 16h30

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Nasa
Nasa

Ceres, o maior objeto do Cinturão de Asteroides, pode ser bastante diferente de seus vizinhos por ter sido formado em um local bem mais distante de onde está, e teria migrado depois para seu local atual. É o que sugere um novo estudo, em que pesquisadores propõem que o planeta anão foi formado em uma órbita além da de Saturno. Depois, durante uma grande mudança na configuração dos planetas externos do Sistema Solar, Ceres teria vindo para o Cinturão de Asteroides, onde continua até hoje.

Localizado no Cinturão de Asteroides entre Marte e Júpiter, Ceres é um planeta anão com 476 km de diâmetro que, sozinho, é responsável por cerca de 30% da massa do cinturão. Além disso, o objeto tem densidade relativamente baixa, não é muito brilhante e tem grande quantidade de amônia em sua superfície, algo dificilmente observado em asteroides.

Assim, além de não ser parecido com a maioria das rochas espaciais, Ceres tem mais características em comum com outros objetos em regiões mais distantes do nosso sistema.

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No novo estudo, os autores sugerem que essas diferenças se devem à formação de Ceres, que teria ocorrido além da órbita dos planetas gigantes. Quando o Sistema Solar estava se formando, milhares de planetesimais (pequenos corpos celestes) se agregaram em planetas e se separaram novamente. Em meio a essas multidões de fragmentos rochosos, havia uma vasta população de objetos fora da órbita dos planetas gigantes.

O modelo mais comum da formação do Sistema Solar descreve que estes planetas se formaram mais próximos do Sol e uns dos outros do que estão hoje; então, quando começaram a migrar para as posições que conhecemos, eles causaram perturbações em seus vizinhos. Neste caso, as órbitas dos objetos do Cinturão de Kuiper teriam sido afetadas pelos movimentos dos planetas gigantes; alguns foram ejetados para fora do sistema, e outros vieram para a parte mais interna dele.

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Devido às perturbações, os astrônomos reconhecem que foi um grande desafio para Ceres chegar ao Cinturão e continuar por lá, mas não foi impossível: simulações de estimativas computacionais mostraram que, se pelo menos 3.500 objetos do tamanho do planeta anão já existissem além da órbita de Saturno, quando o Sistema Solar estava em formação, pelo menos um deveria chegar ao Cinturão e permanecer por lá. A quantidade de objetos pode parecer grande, mas vale lembrar que está perfeitamente nas estimativas das populações do Sistema Solar externo, em outros modelos.

Portanto, Ceres pode ter nascido nos limites congelados da nossa vizinhança e, talvez, seja o membro mais “sortudo” do grupo de objetos perturbado pelos planetas gigantes. De qualquer forma, o Cinturão de Asteroides e de Kuiper são excelentes laboratórios para a compreensão da formação do Sistema Solar — e pode ser que Ceres seja a grande peça que faltava no quebra-cabeça do que aconteceu durante a formação do nosso "quintal espacial", há mais de 4 bilhões de anos.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado no repositório online arXiv, sem revisão de pares.

Fonte: arXiv; Via: Space.com