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Observatório de Arecibo não será reconstruído e abrigará centro de educação

Por| Editado por Patricia Gnipper | 14 de Outubro de 2022 às 11h12

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Universal Images Group
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A Fundação de Ciência Nacional (NSF) afirmou nesta quinta-feira (13) que não vai reconstruir o Observatório de Arecibo, que desabou em Porto Rico no fim de 2020. Segundo o comunicado da NSF, a ideia é construir um centro de educação focado em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (“STEM”, na sigla em inglês).

A construção do novo centro acontecerá por meio de uma solicitação de US$ 5 milhões, voltadas para a construção de um ambiente educacional no local do observatório para promover programas e parcerias em STEM — se tudo correr bem, o centro deverá ser aberto no ano que vem. Além disso, a NSF planeja implementar um programa de pesquisa e desenvolvimento.

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Entretanto, a solicitação não inclui o apoio operacional para a infraestrutura que segue em uso. Entre estes equipamentos, está um radiotelescópio de 12 m e um lidar, usados para estudos da atmosfera superior da Terra e da ionosfera, para análises de dados das nuvens e de precipitações.

Segundo a NSF, os grupos de pesquisadores que quiserem usar a infraestrutura científica existente ou planejem sugerir novos projetos podem enviar propostas, contanto que elas sejam complementares ao escopo do novo centro. Os materiais serão analisados pelo NSF.

“Estávamos preocupados que poderia ser ainda pior que isso, que eles dissessem ‘ok, simplesmente fechem tudo’”, disse Abel Méndez, astrônomo que usou o telescópio em pesquisas e para o ensino na Universidade de Porto Rico. “Mas, em particular, minhas esperanças eram maiores”.

O fim Observatório de Arecibo

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Inaugurado na década de 1960, o Observatório de Arecibo abrigava um dos maiores radiotelescópios do mundo. Inicialmente, ele foi pensado para estudar a ionosfera terrestre, mas um erro de cálculos fez com que seu prato refletor acabasse com diâmetro 10 vezes maior do que o necessário para os estudos da ionosfera.

Por muito tempo, o prato refletor principal de 305 m de diâmetro, coberto por painéis de alumínio, foi o maior do mundo — foi somente em 2016 que perdeu o título para o radiotelescópio FAST, da China. Felizmente, o erro de cálculo rendeu um telescópio com maior sensibilidade, que permitiu estudos de objetos como galáxias e pulsares.

O legado de mais de 5 décadas do Observatório de Arecibo inclui também a primeira tentativa de entrar em contato com vida extraterrestre por meio da "Mensagem de Arecibo". Ela foi transmitida em novembro de 1974 com um pictograma codificado, que tinha informações sobre a Terra e a civilização humana.

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Em agosto de 2020, um dos cabos que sustentavam o prato arrebentou e caiu sobre ela, danificando os painéis. Os engenheiros haviam desenvolvido um plano para reparar a instalação, mas pouco antes de iniciá-lo, outro cabo se rompeu.

Uma nova análise mostrou que o telescópio estava instável demais para ser reparado em segurança, e a NSF decidiu fechá-lo — entretanto, em 1º de dezembro de 2020, a estrutura que ficava suspensa sobre o prato refletor despencou. “Você provavelmente vai ouvir por décadas sobre artigos de estudos realizados com o Observatório de Arecibo”, finalizou Abel Méndez.

Fonte: NSF