Objeto maior que Júpiter pode ter mudado órbita dos planetas no Sistema Solar
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |

Talvez nosso Sistema Solar tenha sido visitado por um objeto mais massivo que Júpiter, que teria alterado as órbitas dos planetas mais externos da nossa vizinhança. É o que propõe um novo estudo conduzido por Renu Malhotra, cientista planetária da Universidade do Arizona, junto de outros pesquisadores, que pode revelar o porquê de as trajetórias destes planetas terem algumas características peculiares.
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Nosso Sistema Solar é composto por oito planetas que orbitam o Sol em trajetórias elípticas, ou seja, que não são perfeitamente circulares. Além disso, eles se movem ao redor do astro em planos levemente diferentes.
Mercúrio orbita o Sol em uma trajetória mais oval e inclinada que os demais planetas, mas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno têm pequenos desvios em relação ao que seria a órbita esperada. “O enigma para os astrofísicos teóricos tem sido descobrir como as órbitas ficam tão pouco redondas e inclinadas em relação ao plano, nem com inclinação demais e nem com pouco”, escreveu.
Para investigar o mistério, a equipe analisou o que aconteceria se um objeto do tamanho de uma estrela tivesse visitado nosso sistema há cerca de 4 bilhões de anos e alterado as órbitas. Com modelos computacionais, eles realizaram 50 mil simulações de sobrevoos do objeto e alteraram seus parâmetros, como massa, velocidade e distância do Sol.
A maioria das simulações revelou condições diferentes daquelas que vemos atualmente no Sistema Solar. Por outro lado, 1% das análises mostrou que a passagem do visitante alterou as órbitas dos planetas gigantes e as deixou parecidas com aquelas que vemos hoje. Neste caso, os visitantes mergulharam diretamente no Sistema Solar e foram além da órbita de Urano — alguns, inclusive, passaram pela trajetória de Mercúrio.
Curiosamente, estes objetos tinham de duas a 50 vezes a massa de Júpiter, ou seja, eram relativamente pequenos. “Isso inclui [objetos de] massa planetária à massa das anãs marrons”, observou a autora. Estes objetos são conhecidos como “estrelas fracassadas” e costumam ser mais massivos que planetas, mas menos que as estrelas.
Finalmente, a simulação que produziu os resultados mais realísticos foi aquela que incluiu um objeto com oito vezes a massa de Júpiter e que ficou a até 1,69 unidade astronômica do Sol (cada unidade representa a distância entre o Sol e a Terra). Portanto, o ojbeto ficaria um pouco mais longe do que Marte e o astro.
O estudo está disponível para acesso no repositório arXiv, sem revisão de pares.
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Fonte: LiveScience