O que vai acontecer com a Terra quando o Sol morrer?
Por Daniele Cavalcante • Editado por Luciana Zaramela |
Segundo os modelos teóricos atualmente aceitos, o Sol tem prazo de validade e vai “morrer” daqui a cerca de 5 bilhões de anos, tornando-se uma anã branca. O que vai ser da Terra, dos outros planetas, luas e asteroides do Sistema Solar quando isso acontecer? Isso é o que um novo estudo tenta responder.
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Há algum tempo, os astrônomos têm como certo que os planetas internos, como Mercúrio e Vênus, vão ser engolidos pelo Sol durante a fase de gigante vermelha, ou seja, pouco antes da estrela se tornar uma anã branca.
Nosso próprio planeta também pode ter o mesmo destino trágico. Mesmo que isso não ocorra, a Terra deixaria de ser habitável devido à perda de sua atmosfera e oceanos. Isso deixaria apenas Marte e os gigantes gasosos — Júpiter, Saturno, Netuno e Urano — orbitando a anã branca.
Mas o Sistema Solar também conta com asteroides e luas na maioria dos planetas, principalmente além da órbita de Marte. Se eles não forem engolidos na fase de gigante vermelha, o que vai acontecer na etapa de anã branca?
Futuro do Sistema Solar
O mais provável é que esses objetos menores sejam despedaçados e transformados em pó antes de cair na estrela morta. Ao menos é o que disse o professor Boris Gaensicke, da Universidade de Warwick, um dos autores do novo estudo.
Para descobrir o destino do Sistema Solar em detalhes, a equipe da pesquisa estudou os dados da luz de três anãs brancas distintas ao longo de 17 anos. Mesmo sendo “cadáveres” de estrelas, esses objetos ainda brilham por centenas de bilhões de anos.
Os astrônomos procuravam por mudanças no brilho das anãs brancas, que poderiam ser causadas por trânsitos, isto é, pela passagem de corpos menores à sua frente. Este método é o mais utilizado e mais bem sucedido na busca por exoplanetas.
A primeira anã branca estudada foi ZTF J0328−1219, que permaneceu estável ao longo dos anos até que exibiu um evento cataclísmico por volta de 2010. A segunda, ZTF J0923+4236, mostrou um escurecimento irregular a cada dois meses e variabilidade caótica em intervalo de minutos. Por fim, WD 1145+017, a terceira, exibiu variações normais nos trânsitos.
Embora os trânsitos em cada uma dessas anãs brancas fosse diferente, todas elas tiveram seu brilho normalizado em algum momento. Isso significa que os trânsitos cessaram e, portanto, os objetos que passavam à frente das anãs brancas haviam desaparecido.
Segundo Gaensicke, o desaparecimento repentino dos trânsitos “destaca o ambiente caótico em que se encontram”. Para ele, alguns asteroides localizados entre Marte e Júpiter, assim como algumas luas de Júpiter, podem se aproximar da futura anã branca o suficiente para serem destruídos.
O artigo foi publicado no MNRAS.
Fonte: MNRAS, Royal Astronomical Society