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O que a NASA já descobriu após desviar a órbita de um asteroide?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 02 de Março de 2023 às 18h59

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NASA/Johns Hopkins APL/Steve Gribben
NASA/Johns Hopkins APL/Steve Gribben

A missão DART alterou com sucesso a órbita do asteroide Dimorphos com o choque de uma nave, sendo este o primeiro teste de defesa planetária já realizado pela humanidade. Quem agora confirma o que já se sabia é a própria NASA, após a equipe da missão se debruçar sobre os dados coletados após a colisão, em setembro do ano passado.

O alvo da missão foi um sistema binário de asteroides. O maior deles é Didymos, com 780 m de diâmetro, sendo orbitado pelo menor chamado Dimorphos, com 160 m. Antes do impacto, Dimorphos levava cerca de 11 horas e 55 minutos para orbitar seu "colega"; após a colisão, o período orbital foi reduzido em 33 minutos.

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A ideia era testar a chamada técnica do impacto cinético, que consiste em chocar um objeto contra o outro e alterar seu movimento. Agora, passados mais de cinco meses desde a colisão, a equipe de investigação da DART concluiu que missões de impacto cinético semelhantes podem alterar, de maneira bem sucedida, a trajetória de asteroides perigosos — caso um dia seja necessário.

Resultados da missão DART

Tática possível de de defesa planetária

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Os primeiros resultados da DART foram descritos em diferentes artigos científicos. Um deles, produzido por Terik Daly, destacou o sucesso da DART em selecionar um pequeno asteroide a partir de poucas observações prévias. Para a equipe, este é um primeiro passo essencial para o desenvolvimento de tecnologias de impacto cinético para a defesa planetária.

Eles concluíram que a alteração da órbita de um asteroide com tamanho parecido com o de Dimorphos é possível mesmo sem missões de reconhecimento prévias. Por outro lado, eles destacam que é necessário ter tempo suficiente para desenvolver tal missão — e, esse tempo pode ser de alguns anos ou até de décadas.

Dá para mudar a órbita de um asteroide

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Em outro artigo, pesquisadores liderados por Cristina Thomas, da Universidade do Arizona, trabalharam com dados da curva de luz dos asteroides, obtidos em solo, e com observações de radar. As análises deles renderam duas medidas consistentes da mudança de 33 minutos do período orbital de Dimorphos, com variação de até um minuto.

Técnica do impacto cinético funciona

Já a equipe de investigadores liderada por Andrew Cheng analisou a mudança de momento angular transferida ao asteroide por meio do impacto. Eles descobriram que a colisão desacelerou instantaneamente a velocidade de Dimorphos ao longo de sua órbita em cerca de 2,7 milímetros por segundo. “Esta descoberta valida a efetividade do impacto cinético para evitar futuras colisões de asteroides na Terra”, concluíram.

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Tudo isso ativou o asteroide Dimorphos

Por fim, outra equipe liderada por Jian-Yang Li, do Instituto de Ciência Planetária, investigou a cauda que Dimorphos passou a apresentar após o impacto. A conclusão é que Dimorphos passou a se comportar como um asteroide ativo — classe de asteroides que expele material ao espaço, tal qual os cometas.

Os cientistas já sabiam que alguns asteroides se tornavam ativos após impactos, mas este processo ainda não havia sido observado. Com a missão DART, foi possível ativar Dimorphos sob condições cuidadosamente determinadas, que permitiram, pela primeira vez, o estudo da formação de asteroides ativos.

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Os artigos foram publicados na revista Nature.

Fonte: Nature (1, 2, 3, 4); Via: NASA