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Este objeto é um asteroide e um cometa ao mesmo tempo; entenda!

Por| Editado por Patricia Gnipper | 06 de Outubro de 2021 às 11h10

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Henry H. Hsieh (PSI), Jana Pittichová (NASA/JPL-Caltech)
Henry H. Hsieh (PSI), Jana Pittichová (NASA/JPL-Caltech)

Recentemente, uma equipe astrônomos descobriu uma nova rocha espacial bastante peculiar. Trata-se do (248370) 2005 QN173, um objeto que, assim como milhares de asteroides, faz parte do Cinturão de Asteroides e viaja em torno do Sol em uma órbita parecida com a dos planetas. Mas, em julho de 2021, o objeto mostrou um comportamento curioso, em que liberava gases em uma longa cauda de cometa enquanto se aproximava do Sol. Portanto, o que foi encontrado é, na verdade, o mais novo exemplo de objeto híbrido de cometa e asteroide.

Os cometas vêm de fora do Sistema Solar e viajam em órbitas longas e elípticas. O gelo em sua estrutura começa a sublimar quando o cometa se aproxima do Sol e, assim, cria um coma, que é uma fina atmosfera, e a famosa cauda cometária. Os asteroides, por sua vez, costumam ficar no cinturão localizado entre Marte e Júpiter e, por terem estrutura seca e rochosa, não costumam ter cauda. Já o 248370 mostra características desses dois objetos, o que o torna um asteroide ativo ou um cometa do cinturão principal.

Atualmente, sabemos da existência de apenas 20 objetos candidatos a essa classificação, e o 248370 é o oitavo desse tipo confirmado. “Esse comportamento indica fortemente que essa atividade se deve à sublimação de material congelado”, afirma Henry Hsieh, astrônomo do Planetary Science Institute. De acordo com ele, o 248370 pode ser considerado um asteroide e um cometa — ou, se preferir, um asteroide do cinturão principal que, recentemente, foi reconhecido como cometa.

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Isso porque o objeto corresponde às definições físicas dos cometas porque provavelmente é feito de gelo e está liberando poeira no espaço e, enquanto isso, viaja na órbita de um asteroide. “Esta dualidade e falta de clareza na divisão entre o que era considerado anteriormente, de haver dois tipos — asteroides e cometas — é parte essencial do que torna esses objetos tão interessantes”, disse ele.

O comportamento intrigante do 248370 foi identificado em meio aos dados do Asteroid Terrestrial-Impact Last Alert System (ATLAS). Depois, observações feitas pelo Lowell Discovery Telescope mostraram existirem sinais claros de uma cauda, que já havia sido observada em junho. Em seguida, novas observações de acompanhamento mostraram que o objeto, presente em meio ao cinturão de asteroides, tinha uma bela cauda.

Em observações posteriores, Hsieh e seus colegas descobriram que o tamanho do objeto sólido da “cabeça” do cometa, chamada de núcleo, mede 3,2 km. Ela é envolvida por uma nuvem de poeira, e a cauda observada em julho se estendia por mais de 720 mil quilômetros, com largura de apenas 1.400 km. “Essa cauda extremamente estreita nos mostra que as partículas mal estão flutuando para fora do núcleo devido à velocidade extremamente baixa, e que o fluxo de gás escapando do cometa é muito fraco”, explicou.

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Além de serem interessantes por suas características híbridas, esses objetos são importantes porque provavelmente contêm gelo. Como parte considerável da água da Terra pode ter vindo dos impactos de asteroides, estudá-los é uma forma de testar essa hipótese e, quem sabe, de descobrirmos mais sobre a origem da vida na Terra, por meio da abundância, distribuição e propriedades físicas dos objetos congelados no Sistema Solar interno.

O artigo com os resultados do estudo foi aceito para publicação na revista The Astrophysical Journal Letters e já pode ser acessado no repositório arXiv, ainda sem revisão de pares.

Fonte: Planetary Science Institute