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O que a atmosfera de Marte diz sobre a evolução do planeta?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 18 de Maio de 2023 às 13h30

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Reprodução/NASA/VIKING 1
Reprodução/NASA/VIKING 1

Novas análises dos isótopos de carbono presentes na atmosfera de Marte revelaram informações importantes sobre a evolução do clima do planeta e até da possível origem de compostos orgânicos encontrados. Os resultados vêm de um estudo realizado por cientistas de diferentes instituições liderados pela Universidade Open, que analisaram os dados obtidos pelo orbitador Trace Gas Orbiter (TGO).

A atmosfera de Marte é formada principalmente por dióxido de carbono, mas é relativamente enriquecida pelo “carbono pesado”, um isótopo do elemento. Isso acontece por causa do “carbono leve”, outro isótopo, que escapa ao espaço ao longo de bilhões de anos. Os cientistas analisam o enriquecimento do carbono pesado para entender melhor os processos que contribuem para a evolução das proporções isotópicas na parte superior e inferior da atmosfera.

No novo estudo, eles trabalharam com dados dos instrumentos da TGO, que vêm analisando o espectro da atmosfera de Marte desde 2016. Depois, combinaram os dados a um modelo fotoquímico que prevê o esgotamento do carbono e oxigênio em moléculas de monóxido de carbono na atmosfera, devido à radiação do Sol.

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Ao contrário do que se pensava, o monóxido de carbono da atmosfera marciana mostra falta de carbono pesado, e não do leve. Juan Alday, pesquisador que liderou o estudo, explica que o segredo por trás disso está na relação química entre o monóxido e dióxido de carbono: quando as moléculas do CO2 são destruídas pela luz solar e formam monóxido de carbono, as do CO2 leve são destruídas com mais eficiência que as do pesado.

Se considerarmos longos períodos, o processo faz com que o monóxido de carbono pesado acabe esgotado. A descoberta contribui para o longo debate sobre os processos, biológicos ou não, por trás da presença de materiais orgânicos no planeta, e ajuda também a refinar a busca por vida no passado de Marte. “Não sabemos como era a atmosfera primitiva de Marte ou quais condições permitiram o fluxo de água líquida", observou ele.

Com os dados dos isótopos de carbono na atmosfera, eles podem estimar a quantidade de dióxido de carbono que ocorreu no passado. “As novas medidas da TGO sugerem que o escape de CO2 foi menor do que se pensava, e oferecem novas restrições para a composição da atmosfera primordial de Marte”, finalizou.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.

Fonte: Nature Astronomy; Via: Universe Today, Open University