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Novos dados da missão Gaia revelam detalhes de quase 2 bilhões de estrelas

Por| Editado por Rafael Rigues | 13 de Junho de 2022 às 05h00

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ESA
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O mais novo catálogo de dados da missão Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), revela novos detalhes sobre quase dois bilhões de estrelas na Via Láctea, trazendo também novas informações sobre a composição, temperatura, idade e massa delas, entre outras. O catálogo traz também estrelas binárias, galáxias, quasares, luas e outros objetos, e ajudará os astrônomos a reconstituir a estrutura da nossa galáxia.

Lançada em 2013, a Gaia é uma missão ambiciosa que tem o objetivo de criar um mapa tridimensional da Via Láctea e, assim, revelar sua composição, formação e evolução. Os dados mais recentes da missão incluem o maior mapa da composição química da nossa galáxia, que mostra que algumas das estrelas da Via Láctea são formadas por material primordial.

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Outras, como o Sol, são formadas por matéria enriquecida por gerações estelares anteriores. Já as estrelas mais próximas do centro e plano da Via Láctea são mais ricas em metais que aquelas mais distantes; com a composição química, a Gaia identificou estrelas “estrangeiras”, vinda de outras galáxias. "Nossa galáxia é um lindo caldeirão de estrelas", disse Alejandra Recio-Blanco, da colaboração da missão.

Ela explicou que a diversidade observada é extremamente importante, porque mostra a história da formação da Via Láctea. “Isso revela os processos de migração para dentro da nossa galáxia e a acreção das camadas externas. Isso também nos mostra claramente que o Sol e nós todos pertencemos a um sistema em constante mudança, criado graças à formação de estrelas e gases de diferentes origens”, finalizou.

O potencial da missão Gaia

Uma das descobertas mais surpreendentes dos novos dados é a capacidade de Gaia de detectar “terremotos estelares”, ou seja, pequenos movimentos na superfície das estrelas que mudam sua forma. O mais interessante é que o observatório não foi originalmente projetado para isso, e mesmo assim, descobriu novas vibrações que são quase como tsunamis em larga escala.

Eles afetam a forma global da estrela e, por isso, são mais difíceis de detectar. Os dados do observatório mostraram fortes terremotos não radiais em milhares de estrelas, e tremores raramente vistos em algumas delas. “Os terremotos estelares nos ensinam muito sobre as estrelas, principalmente sobre o funcionamento interno delas”, disse Conny Aerts, outro membro da colaboração Gaia.

O potencial da Gaia rendeu, ainda, um novo catálogo de estrelas binárias, que descreve a massa e evolução de mais de 800 mil sistemas do tipo, junto de informações sobre 10 milhões de estrelas variáveis, quasares e galáxias além da nossa vizinhança cósmica. “Enquanto estuda o céu inteiro com bilhões de estrelas várias vezes, a Gaia está direcionada a descobertas que missões mais dedicadas perderiam”, explicou Timo Prusti, cientista de projeto da Gaia, na ESA.

As descobertas da missão serão descritas em uma série de artigos publicados em uma edição especial da revista Astronomy & Astrophysics.

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Fonte: ESA