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Tremores estelares ajudam a resolver mistério sobre idade da Via Láctea

Por| 09 de Dezembro de 2019 às 17h00

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Sismos estelares, também conhecidos como “estelemotos”, ajudaram a resolver um antigo mistério sobre a Via Láctea: a idade do “disco grosso” da galáxia. Uma equipe de 38 cientistas usou dados da sonda Kepler para estimar a idade do disco, e chegaram à conclusão de que ele tem cerca de 10 bilhões de anos.

Mas o que é esse tal “disco grosso”? É que assim como muitas galáxias espirais, a Via Láctea é formada por duas estruturas semelhantes a discos: o disco grosso, que contém cerca de 20% do total de estrelas de toda a galáxia, e o disco fino, que com base na composição parece ser mais recente.

Acontece que a idade exata do disco grosso era, até então, um mistério. “Os dados anteriores sobre a distribuição de idade das estrelas no disco não concordam com os modelos desenvolvidos para descrevê-la”, explica diz Sanjib Sharma, principal autor do estudo. “Ninguém sabia onde estava o erro — se era nos dados ou nos modelos”.

Esse impasse aconteceu nos quatro anos após o lançamento do Kapler, em 2009. As informações do telescópio sugeriram que havia mais estrelas jovens no disco grosso do que os modelos computacionais previam até então. Era preciso descobrir se o erro estava nos modelos errados ou nos dados coletados pelos instrumentos.

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Para colocar um ponto final no problema, Sharma e seus colegas usaram um método conhecido como sismologia estelar, uma maneira de identificar as estruturas internas das estrelas medindo suas oscilações causadas por tremores estelares. “Esses tremores geram ondas sonoras dentro das estrelas que as fazem vibrar”, explica Dennis Stello, co-autor do estudo. “As frequências produzidas nos revelam coisas sobre as propriedades internas das estrelas, incluindo sua idade”.

Esse método de identificação de idade, conhecido como arqueologia galáctica, permite que os pesquisadores definam o período da história do Universo em que a Via Láctea se formou. Para isso, eles observam como o brilho da estrela é afetado devido ao movimento interno causado pelas oscilações. “Agora, temos quase certeza de que encontramos uma resposta”, afirma Sharma.

Ainda de acordo com o autor da pesquisa, as vibrações das estrelas são pequenas, por isso é preciso que “olhar com muito cuidado”. A sonda Kepler foi de grande importância nesse estudo, por causa de suas medições precisa do brilho das estrelas. “O telescópio era tão sensível que seria capaz de detectar o escurecimento de um farol de carro quando uma pulga passasse por ele”, disse Sharma.

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Assim, com nova análise dos dados coletados pelo Kepler durante a missão K2 em 2013, os cientistas descobriram que a composição química presente nos modelos existentes para estrelas do disco grosso estava errada, e isso afetava a previsão de suas idades. Levando isso em consideração, o resultado foi que os dados sismológicos agora estão em “total concordância” com as previsões do modelo.

Os pesquisadores afirmam que ainda há dados da missão K2 para serem analisados e combinados com novas informações coletadas pelo satélite Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) da NASA. Essa combinação resultará em estimativas valiosas para as idades de mais estrelas no disco e isso ajudará a entender melhor história da formação da Via Láctea, de acordo com os cientistas.

Fonte: EurekAlert