Novo mineral é descoberto na Lua com amostras da missão Chang’e 5
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |
Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Pesquisa de Geologia em Urânio (BRIUG), de Pequim, descobriu um novo mineral lunar em meio a amostras coletadas pela missão Chang’e 5. A descoberta, que torna a China o terceiro país no mundo a descobrir um novo mineral na Lua, foi anunciada nesta sexta-feira (9) pela Administração Espacial Nacional da China (CNSA) e a Autoridade de Energia Atômica da China (CAEA).
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No ano passado, os pesquisadores do instituto trabalharam com os primeiros 50 miligramas de amostras lunares obtidas pela Chang’e 5 para estudos mineralógicos, até que encontraram traços do que parecia um novo mineral. Entretanto, as partículas do solo lunar eram tão pequenas que eles não conseguiram os dados necessários para determinar que se tratava, de fato, de um novo mineral.
Assim, eles se cadastraram para receber mais amostras, e conseguiram mais 15 miligramas de material. A equipe estudou mais de 140 mil pequenas partículas, até que encontraram uma partícula de um cristal puro que media menos de 10% do diâmetro de um fio de cabelo. Ao decodificar a estrutura do cristal, eles descobriram o novo mineral.
Sobre o mineral lunar Changesite-(Y)
O mineral lunar recém-descoberto é uma espécie de cristal transparente e incolor, e recebeu o nome Changesite-(Y). A Comissão de Classificação e Nomenclatura de Novos Minerais, parte da Associação Mineralógica Internacional, já reconheceu e aprovou oficialmente a descoberta do Changesite-(Y).
Li Ziying, pesquisador que liderou a equipe do BRIUG, afirmou que a descoberta é de grande significado científico para o estudo dos minerais da Lua, a evolução dela e a exploração do espaço profundo. Ele destacou que a descoberta foi proporcionada pelo progresso tecnológico e pelo ambiente único da região nordeste de Oceanus Procellarum, de onde a missão coletou as amostras.
A Chang'e 5 pousou na Lua em novembro de 2020, e coletou cerca de 1,7 kg de amostras. O material chegou à Terra em dezembro e já foi utilizado em diferentes estudos sobre nosso satélite natural: as amostras ajudaram pesquisadores a trazer mais precisão para a cronologia da Lua, revelaram processos que ocorreram na superfície lunar e mais.
Fonte: Xinhua, Global Times