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Nome polêmico na astronomia sugere que visitante interestelar é sonda alienígena

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

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Wikimedia Commons/Montagem Canaltech
Wikimedia Commons/Montagem Canaltech

Astrônomos rastrearam, no início de julho, o terceiro visitante interestelar a passar pelo nosso Sistema Solar. Denominado 3I/ATLAS, o objeto foi inicialmente classificado como cometa pelos especialistas, mas o polêmico cientista Avi Loeb sugere que pode se tratar de uma sonda alienígena.

O astrofísico da Universidade de Harvard e seus colegas submeteram um artigo ao servidor de pré-impressão arXiv (arxiv.org). No texto, os autores argumentam que a trajetória, o tamanho e o comportamento do 3I/ATLAS sugerem que o objeto pode ter sido enviado por uma civilização extraterrestre.

Um possível indício de origem artificial levantado pelo cientista é o fato de que a órbita do 3I/ATLAS o leva para muito perto de Vênus, Marte e Júpiter. Além disso, o astrofísico considera suspeito que, quando o objeto atingir o ponto mais próximo do Sol, em 29 de outubro, ele ficará oculto da perspectiva terrestre.

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“Isso pode ser intencional, para evitar observações detalhadas por telescópios baseados na Terra”, ressaltou Loeb à Newsweek.

O cientista israelense também afirma que o brilho do objeto interestelar indica um diâmetro de cerca de 20 quilômetros — o que, segundo ele, seria grande demais para um asteroide comum.

Hipótese sobre o 1I/ʻOumuamua

A relação de Avi Loeb com hipóteses que conectam objetos interestelares a possíveis civilizações alienígenas não é nova. Em 2018, um ano após o rastreamento do 1I/ʻOumuamua, ele publicou dois artigos científicos sugerindo que o objeto poderia ter origem artificial.

Em 2021, Loeb lançou o livro "Extraterrestre: O primeiro sinal de vida inteligente além da Terra", um best-seller de não ficção em que discute a possibilidade de o 1I/ʻOumuamua ser, na verdade, uma nave espacial alienígena.

Nossas sondas alienígenas

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“A ideia de sondas alienígenas vagando pelo cosmos pode parecer estranha, mas nós mesmos enviamos algumas na década de 1970. Tanto a Voyager 1 quanto a 2 já deixaram oficialmente o nosso Sistema Solar, e as Pioneer 10 e 11 não ficaram muito atrás”, destaca Sara Webb, professora no Centro de Astrofísica e Supercomputação da Universidade de Tecnologia de Swinburne.

No entanto, identificar sondas enviadas por civilizações extraterrestres — caso existam — pode ser difícil devido ao tamanho desses objetos. As sondas Voyager, por exemplo, têm cerca de 10 metros de comprimento, e uma nave alienígena com proporções semelhantes só poderia ser detectada se estivesse, por exemplo, no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter.

Caso algo suspeito fosse detectado, os cientistas buscariam sinais adicionais, como emissões de rádio que pudessem indicar uma tentativa de comunicação — o que sugeriria que a sonda ainda está ativa.

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Os astrônomos também poderiam procurar por efeitos causados pela luz solar, como descargas eletrostáticas, ou por evidências de propulsão, manobras controladas ou aproximações em órbita estável com a Terra.

“Sem querer me gabar, mas a Terra é genuinamente o lugar mais interessante do Sistema Solar — temos água, uma atmosfera saudável, um forte campo magnético e vida. Uma sonda com alguma capacidade de decisão provavelmente desejaria investigar e coletar dados sobre nosso pequeno e interessante planeta”, afirma Webb.

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Fonte: The Conversation; Newsweek