3I/Atlas | NASA rastreia um novo objeto interestelar passando pelo Sistema Solar
Por João Melo | •

A NASA confirmou, na última quarta-feira (2), o rastreamento de um novo objeto interestelar passando pelo nosso Sistema Solar. O cometa, assim classificado pelos astrônomos da agência espacial norte-americana, foi nomeado 3I/ATLAS.
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A descoberta oficial foi feita no dia 1º de julho pelo telescópio ATLAS, localizado no Chile. No entanto, astrônomos que utilizam outros instrumentos de observação ao redor do mundo já vinham analisando os sinais do objeto desde sua “pré-descoberta”, ocorrida em junho.
Apesar de as investigações sobre o novo objeto ainda estarem em estágio inicial, estimativas preliminares indicam que o cometa tenha até 20 quilômetros de diâmetro e esteja se deslocando a cerca de 216 mil km/h.
O Programa Virtual Telescope realizou, nesta quinta-feira (3), uma live no seu canal no YouTube para realizar a observação ao vivo da passagem do 3I/Atlas pelo nosso Sistema Solar.
Ameaça à Terra?
Segundo a NASA, o 3I/ATLAS não representa qualquer ameaça à Terra. O objeto deve permanecer a uma distância de pelo menos 240 milhões de quilômetros do nosso planeta — mais de 1,5 vezes a distância entre a Terra e o Sol. Atualmente, o cometa interestelar está a aproximadamente 670 milhões de quilômetros do Sol.
“O 3I/ATLAS atingirá sua maior aproximação do Sol por volta de 30 de outubro, a uma distância de 1,4 UA (cerca de 210 milhões de km), logo dentro da órbita de Marte”, informou a agência em comunicado oficial.
A agência espacial norte-americana prevê que o 3I/ATLAS deverá permanecer visível a telescópios terrestres até setembro, quando ficará muito próximo do Sol para ser observado. A expectativa é que ele reapareça do outro lado da estrela no início de dezembro, permitindo novas observações.
Terceiro cometa interestelar já detectado
A descoberta de 1º de julho marca a terceira identificação de um cometa interestelar na história. O primeiro foi o 1I/ʻOumuamua, em 2017, observado inicialmente pelo telescópio Pan-STARRS1, operado pela Universidade do Havaí.
Dois anos depois, em 2019, os astrônomos detectaram o 2I/Borisov, também em passagem pelo Sistema Solar. As primeiras imagens do objeto foram feitas por Gennady Borisov, um astrônomo amador da Crimeia.
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