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1I/ʻOumuamua: origem da vida na Terra está ligada a objetos interestelares?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 18 de Janeiro de 2024 às 13h06

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ESO
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E se objetos interestelares como o 1I/2017 U1 Oumuamua tiverem atingido a Terra e trazido os ingredientes necessários para a vida? É o que uma equipe de pesquisadores liderada por David Cao, da Escola de Ensino Médio Thomas Jefferson para Ciência e Tecnologia (TJSST), investigou em um novo estudo. Segundo os resultados, objetos do tipo poderiam ter espalhado compostos necessários para o surgimento da vida em milhares ou até bilhões de planetas em nossa galáxia. 

Existem diferentes teorias para tentar explicar a origem da vida. Entre elas, está a panspermia, que propõe que objetos vindos do meio interestelar teriam bactérias extremófilas (capazes de sobreviver às condições do espaço), e elas chegariam a planetas potencialmente habitáveis quando tais objetos os atingissem. 

Entretanto, Cao observa que é difícil avaliar a viabilidade da panspermia devido a fatores diversos — entre eles, estão processos físicos, fatores biológicos e perguntas ainda sem resposta, como a quantidade de organismos extremófilos que poderiam chegar à Terra após um impacto

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Mas, afinal, qual é a relação entre os objetos interestelares (aqueles vindos de outros sistemas estelares) como o Oumuamua e o cometa 2I/Borisov e o surgimento da vida? Cao explica que a detecção destes visitantes traz implicações significativas para a panspermia e o debate vigente sobre a origem da vida na Terra. 

Para entender melhor a fala dele, considere que o Omuamua é como um novo ponto de dados para os modelos da panspermia, pois suas características ajudam os pesquisadores a modelar a densidade numérica e de massa de outros que existem no meio interestelar. Com tais dados, eles podem se aproximar da quantidade total que atingiu a Terra ao longo de 0,8 bilhões de anos. 

Investigando a origem da vida

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Além dos modelos matemáticos que consideram os processos físicos por trás da panspermia, a equipe trabalhou também com um modelo biológico. Este descreve características que o objeto deve ter para que os possíveis organismos extremófilos sobrevivam a eventos extremos, como supernovas.  

Com base na combinação dos modelos, a equipe estimou a quantidade de detritos ejetados que atingiram a Terra antes de a vida surgir por aqui, e concluíram que a probabilidade máxima de a panspermia ter impulsionado o florescimento da vida é de 0,001%. Ao levar em conta os primeiros 0,8 bilhões de anos da Terra, eles descobriram que cerca de 10⁵ planetas habitáveis poderiam abrigar vida em nossa galáxia

Tais estimativas foram feitas com base nas projeções mais otimistas da habitabilidade planetária, ou seja, consideram que todos os planetas rochosos semelhantes à Terra e em zonas habitáveis têm condições de ter vida. Assim, apesar de os resultados não marcarem o fim do debate sobre a origem da vida, eles são importantes para análises relacionadas à possibilidade de que ela surgiu por meio de objetos como o ‘Oumuamua. 

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“Sobre as nossas descobertas na panspermia, a probabilidade de que ela causou a vida na Terra é baixa, mas [probabilidade da] grande quantidade de planetas na zona habitável abrigando vida em nossa galáxia é consideravelmente maior”, finalizou Cao. 

O artigo com os resultados do estudo foi disponibilizado sem revisão de pares no repositório arXiv e está em análise para publicação na revista American Astronomical Society (AAS).

Fonte: arXiv; Via: Universe Today