NASA quer substituir a ISS por módulos comerciais até 2030
Por Wyllian Torres • Editado por Patricia Gnipper |
A Estação Espacial Internacional (ISS) será substituída por uma ou mais unidades orbitais comerciais na baixa órbita da Terra quando o laboratório se aposentar, o que deve acontecer em 2030. O relatório, divulgado nesta terça-feira (30) pelo órgão de auditoria da NASA, o Office of Inspector General (OIG), detalhe os atuais gastos da ISS e a necessidade de dar continuidade aos mais de 20 anos de pesquisas e presença humana no espaço.
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Até o momento, a desativação da ISS segue planejada para 2024, mas tudo indica que a vida da estação será prolongada até 2030. Neste tempo, a NASA espera conseguir transferir todo o trabalho realizado a bordo da estação para uma ou mais unidades orbitais comerciais.
O relatório, além de revelar os atuais custos para manter e executar os trabalhos a bordo da ISS, aponta para a necessidade de um instalação de pesquisa, a qual possa continuar a oferecer o suporte necessário para uma presença humana prolongada no espaço.
O objetivo é que a baixa órbita da Terra não fique sem um local no qual pesquisas possam ser realizadas e astronautas possam se preparar para missões mais longas, como para a Lua ou Marte. A NASA acredita que até 2028 uma estação comercial esteja em operação, fornecendo dois anos de transição até o fim da ISS.
Por que a ISS vai ser desativada?
A ISS é um grande feito da humanidade e há mais de 20 anos ela fornece um ambiente onde pesquisas e experimentos científicos são conduzidos no espaço, sob as condições de microgravidade. Neste tempo, inúmeras tecnologias foram desenvolvidas e muitas delas foram aplicadas aqui mesmo na Terra.
No entanto, o espaço é um ambiente hostil e, com mais de duas décadas nele, a ISS tem efeitos de longo prazo acumulados como a radiação ionizante e temperaturas extremas que envelhecem a estação. Portanto, o fim da estação é inevitável — mas seu legado continuará.
Segundo o relatório, a NASA pretende substituir a ISS por um ambiente comercial, de modo que as futuras missões para Marte e Lua não fiquem sem um local de preparação em órbita, ou para demonstração de tecnologias que serão usadas no futuro.
O que vem depois?
Em junho deste ano, a NASA já havia declarado sua intenção de que, quando a ISS se apontasse, outras estações comerciais assumissem seu lugar. As empresas Nanoracks, Voyager Space e Lockheed Martin, por exemplo, pretendem construir a unidade orbital chamada Starlab até 2027, três anos antes do fim definitivo da ISS — uma boa margem para uma transição.
Já a Blue Origin, em parceria com a Sierra Space e a Boeing, pretende lançar a estação Orbital Reef até, no máximo, 2030. A unidade terá quase o mesmo tamanho da ISS, com capacidade de abrigar até 10 pessoas. Até lá, a Axiom Space segue com seus planos de enviar módulos para serem anexados à ISS antes que passem a funcionar como uma unidade própria até 2028.
Fonte: NASA OIG; Via TechCrunch