NASA pode encontrar planetas “irmãos gêmeos” da Terra com este telescópio
Por Danielle Cassita | Editado por Luciana Zaramela | 31 de Janeiro de 2024 às 16h17
![NASA/ESA/G. Bacon/STScI](https://t.ctcdn.com.br/FeKj3YcGywttUdI9Wu6AxWAPX88=/640x360/smart/i430771.jpeg)
A busca por planetas parecidos com a Terra pode receber um novo aliado. Trata-se do Habitable Worlds Observatory (Observatório de Mundos Habitáveis, em tradução literal), um telescópio que ainda está na fase inicial do planejamento e ainda deve levar anos até ser lançado. Mesmo assim, os astrônomos já estão bastante animados com seu potencial.
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O observatório foi proposto primeiro na Pesquisa de Década sobre Astronomia e Astrofísica 2020, da Academia Nacional de Ciências. Trata-se de um planejamento que determina os objetivos mais importantes para a comunidade astronômica nos próximos dez anos.
A ideia é que, diferentemente do James Webb, o Habitable Worlds Observatory (ou apenas HWO, na sigla em inglês) observe a luz visível e infravermelha, procurando e caracterizando exoplanetas habitáveis. Ele ficaria no Ponto de Lagrange 2, uma área de estabilidade gravitacional a 1,5 milhões de quilômetros da Terra que é também o lar do Webb.
Mas, ao contrário deste e de outros telescópios espaciais, o HWO seria projetado para poder receber manutenções robóticas no futuro. Desta forma, sua missão poderia ser estendida, e os custos seriam reduzidos.
Vida fora da Terra
Talvez você esteja se perguntando como este observatório vai ajudar nos estudos de exoplanetas e até na possibilidade de existir vida em outros mundos. Para a tarefa, o HWO vai contar não apenas com espelhos e um coronógrafo (dispositivo que bloqueia a luz da estrela), mas também com um espectrógrafo.
O instrumento vai separar a luz em um espectro, permitindo que os cientistas o analisem em busca de possíveis sinais que podem ou não estar relacionados compostos na atmosferas dos planetas — entre tais compostos, estão os biomarcadores, que podem indicar a presença de algum ser vivo.
A presença do oxigênio, por exemplo, pode ser um biomarcador. Mas muita calma nessa hora: Eliza Kempton, astrônoma da Universidade de Maryland, explica que “dá para produzir oxigênio em uma atmosfera em grandes quantidades mesmo se não houver vida presente, apenas química básica”.
Segundo a NASA, o HWO promete estudar o universo com sensibilidade e resolução sem precedentes, oferecendo novas informações também sobre as estruturas cósmicas. Entretanto, ainda deve levar tempo até tudo isso se tornar realidade: se o projeto receber os US$ 11 bilhões propostos, é provável que seja lançado somente no fim da década de 2030 ou de 2040.
Fonte: SmithsonianMag, NASA