NASA interrompe venda de poeira lunar digerida por baratas

A NASA interrompeu um leilão de um item curioso: uma pequena quantidade de poeira lunar que foi digerida por baratas, como parte de um experimento após o retorno da Apollo 11 à Terra. Além da poeira, o lote continha um quadro com as baratas em questão (já mortas, claro) recortes de jornal, fotos e anotações da pesquisadora responsável pelo experimento, a entomóloga Dra. Marion Brooks.

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O motivo para a interrupção é simples: a NASA alega que o material pertence a ela, não a Brooks. Um advogado do Gabinete do Conselho Geral da NASA escreveu na quarta-feira (22) uma carta à RR Auction, empresa responsável pelo leilão.

"A NASA afirma ter propriedade legal dos materiais que consistem no experimento de poeira lunar Apollo 11 ... com base nas informações e documentação fornecidas na descrição do lote e nas evidências sobre as práticas de contratação contemporâneas da NASA", diz o texto. "É claro e inegável que os materiais que compõem o experimento são de propriedade da NASA”, conclui.

Inicialmente a RR Auction rejeitou o pedido da NASA para interromper a venda, pedindo à agência que explicasse melhor como chegou à sua decisão, tanto factual quanto legalmente. Após mais discussões, a empresa mudou sua posição.

"Por mais estranho que seja esse lote, o valor histórico do papel que essas baratas desempenharam no programa espacial dos EUA é inquestionável. Embora a RR Auction não se posicione sobre a legitimidade das reivindicações da NASA, sempre procuramos cooperar com o governo dos EUA em sua reivindicações de propriedade e decidimos retirar o lote para permitir que as partes resolvam a questão", disse Mark Zaid, advogado da RR Auction, em comunicado fornecido ao site collectSPACE.

Quando foi anunciado, o lote foi avaliado em US$ 400 mil, pouco mais de R$ 2 milhões. Mas no momento em que foi retirado do leilão ele estava saindo, com o perdão do trocadilho, “barato”: o maior lance era de US$ 36.300,00, cerca de R$ 190 mil.

Fonte: collectSPACE