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NASA escolhe cargas úteis que serão enviadas à Lua em 2022 por empresas privadas

Por| 11 de Setembro de 2020 às 11h50

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Miguel Claro
Miguel Claro
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Recentemente, a NASA emitiu outro pedido para seus 14 parceiros comerciais da iniciativa Commercial Lunar Payload Services (CLPS), para que as empresas levem 10 cargas com instrumentos para investigações e demonstrações de tecnologia para realizar estudos na Lua em 2022. Assim, a agência espacial deverá selecionar um fornecedor até o final do ano.

A iniciativa CLPS conta com empresas como SpaceX, Blue Origin, Masten Space Systems e outras. Esta iniciativa é parte essencial do programa Artemis, que tem a proposta de levar o próximo homem e a primeira mulher para a superfície lunar em 2024, e é por meio dela que a agência espacial consegue realizar missões apoiadas por parceiros comerciais para levar instrumentos científicos e demonstrações de tecnologias de forma rápida e segura para a Lua.

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As cargas úteis em questão serão importantes para ajudar a construir o caminho para futuras missões humanas na superfície lunar. No comunicado da NASA, são listadas dez cargas úteis com peso aproximado de 100 quilos. São elas:

  • Regolith Adherence Characterization (RAC): a proposta desta carga útil é determinar como o regolito lunar se adere a diversos materiais expostos ao ambiente da Lua em fases diferentes de voo. Os componentes da carga serão derivados das instalações Materials International Space Station Experiment (MISSE), que se encontram na Estação Espacial Internacional.
  • Electrodynamic Dust Shield (EDS): este experimento busca testar soluções para mitigar a poeira lunar. Assim, trata-se de um instrumento que propõe gerar um campo elétrico não uniforme através de altas voltagens em eletrodos múltiplos. O campo irá gerar uma força capaz de mover partículas de poeira, o que pode ter possíveis implicações para radiadores térmicos, tecidos de trajes espaciais, lentes de câmeras, painéis solares e outros itens.
  • Next Generation Lunar Retroreflectors (NGLR): a ideia desta investigação é utilizá-la como um alvo para lasers emitidos na Terra, que irão medir a distância entre nosso planeta e a Lua com precisão. Um destes retrorrefletores já irá voar na missão e, junto dos demais, eles deverão fornecer dados que serão utilizados para os pesquisadores estudarem diversos aspectos do interior do satélite natural.
  • Reconfigurable, Radiation Tolerant Computer System (RadPC): como a Lua não tem atmosfera e nem campo magnético, a radiação emitida pelo Sol pode ser bastante nociva para eletrônicos. Portanto, o RadPC terá que enfrentar o desafio de encarar o ambiente lunar e mostrar resistência à radiação.
  • The Lunar Magnetotelluric Sounder (LMS): esta investigação deverá caracterizar a estrutura e composição do manto lunar por meio de estudos de campos elétricos e magnéticos. Assim, a investigação irá utilizar um magnetômetro para medir os campos magnéticos. Aliás, o dispositivo foi criado para a missão Mars Atmosphere and Volatile EvolutioN (MAVEN), que está orbitando Marte.
  • Lunar Environment Heliospheric X-ray Imager (LEXI): este instrumento irá capturar imagens das interações que ocorrem entre a magnetosfera da Terra e o fluxo de partículas do vento solar.
  • Lunar Instrumentation for Subsurface Thermal Exploration with Rapidity (LISTER): este experimento foi criado para medir o fluxo de calor que é emitido pelo interior da Lua. Assim, a sonda irá tentar realizar uma perfuração de até três metros no regolito lunar para investigar as propriedades térmicas em diferentes profundidades.
  • Lunar PlanetVac (LPV): trata-se de uma tecnologia criada para adquirir e transferir o regolito lunar da superfície do satélite natural a outros instrumentos, que podem analisar o material ou depositá-lo em um contâiner que seria levado para a Terra por outra nave.
  • Stereo Cameras for Lunar Plume Surface Studies (SCALPSS 1.1): a proposta desta carga útil é capturar vídeos e imagens da área bem embaixo do módulo de pouso do lander antes de causar perturbações na superfície. A investigação irá usar câmeras para determinar a topografia da área antes do pouso, e será feita uma reconstrução tridimensional da superfície por meio da técnica da fotogrametria. Com essas informações será possível entender como mitigar os materiais ejetados durante a fase terminal de pouso ou decolagem na Lua e em outros corpos celestiais.
  • Lunar GNSS Receiver Experiment (LuGRE): por meio do sistema GPS dos Estados Unidos, o LuGRE vai continuar estendendo o alcance dos sinais de GPS e, se correr tudo bem, será o primeiro a discernir sinais de GPS a distâncias lunares.

Fonte: NASA