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Microrganismos das profundezas da Terra podem dar pistas sobre vida em Marte

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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NASA
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Se a vida alienígena existir, ela muito dificilmente irá se parecer com os extraterrestres verdes que se popularizaram na cultura pop ou com seres reptilianos bípedes. Considerando as informações já obtidas sobre Marte e muitas especulações, a aposta mais provável é que a vida no planeta vermelho seja próxima dos microrganismos encontrados nas profundezas da Terra. 

Até o momento, as missões não tripuladas e as imagens de satélite nunca identificaram um sinal de vida na superfície de Marte, considerada seca e fria. No entanto, a questão da vida alienígena voltou ao debate com a recente descoberta feita por geofísicos da Universidade da Califórnia (EUA) de que pode existir uma grande reserva de água líquida "escondida" no subsolo do planeta vermelho.

Esta reserva de água está contida em rachaduras e poros de rochas no interior da crosta marciana, em uma profundidade de 11,5 a 20 km abaixo da superfície. É, neste ambiente muito mais estável, que alguma forma de vida pode existir.

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"Sabemos que a água é um pré-requisito para a vida como a conhecemos", lembra Karen Lloyd, microbiologista da Universidade do Sul da Califórnia, para a BBC. Daí, surge a nova possibilidade da humanidade encontrar os primeiros organismos extraterrestres e subterrâneos no planeta vizinho. 

Como é inviável enviar missões para cavar tão fundo, coletar amostras e enviar para análise, a ideia é apenas especulativa. Em busca de possíveis pistas, o único caminho a ser estudado é investigar o comportamento dos microrganismos que vivem nas profundezas da Terra. 

Como seria a vida em Marte?

As camadas de terra abaixo da superfície do nosso planeta, como a biosfera profunda, estão repletas de vida microscópica. Nesses ambientes inóspitos, é comum a presença de microrganismos unicelulares, como bactérias e arqueas (arqueobactérias). Estas são as formas mais antigas de vida conhecidas na Terra, com mais de 3 bilhões de anos.

Incapazes de obter luz solar para realizar a fotossíntese, os organismos das profundezas dependem da quimiossíntese, ou seja, obtém energia através de reações químicas envolvendo substâncias inorgânicas. Nesses casos, a presença de água e das rochas ao redor constituem um elemento importante para viabilizar as reações.

Apesar dessa capacidade extraordinária, o nível de energia obtido é bastante baixo. Então, essas formas de vida muito antigas têm o metabolismo extremamente lento, como se estivessem em estase contínua. É possível que isso prolongue a vida de forma muito significativa.

Como esses microrganismos vivem nas profundezas da Terra, há alguma probabilidade de que a vida em Marte tenha usado as mesmas estratégias em um ambiente com nutrientes escassos . "O mesmo tipo de processo que acontece em nosso subsolo pode acontecer em Marte", destaca Cara Magnabosco, geobióloga da ETH Zurich (Suíça).

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Fonte: BBC