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Meteoro que veio da Nuvem de Oort contraria teorias sobre o Sistema Solar

Por| Editado por Patricia Gnipper | 14 de Dezembro de 2022 às 16h51

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Universidade de Alberta
Universidade de Alberta

Um meteoro que cruzou o céu a cerca de 100 km ao norte de Edmonton, Canadá, no dia 22 de fevereiro de 2021, veio de um lugar inesperado: a Nuvem de Oort, uma região longínqua do Sistema Solar, bem além da órbita de Plutão.

O evento de 2021 assustou alguns moradores e foi registrado por vários instrumentos, como satélites e câmeras. Por 2,4 segundos, o meteoro percorreu 148,5 quilômetros e formou uma bola de fogo no céu. Ele tinha 10 centímetros de diâmetro e pesava cerca de 2 quilos.

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Com as imagens das câmeras, os cientistas conseguiram observar alguns detalhes, mas um novo estudo contraria as medições anteriores. Antes, ele parecia ter caído mais fundo na atmosfera do que qualquer outro objeto gelado jamais visto, mas este não é o caso.

A nova pesquisa calculou a trajetória de entrada do objeto e, dessa vez, os resultados não foram consistentes com um meteoro comum do Sistema Solar interno (a região entre Mercúrio e Marte) ou dos asteroides troianos (ao redor de Júpiter), mas sim com a órbita de um cometa de longo período.

Os cometas de longo período são aqueles de órbita extremamente alongada, percorrendo o espaço durante décadas, ou séculos, antes de se aproximarem do Sol. Os modelos astronômicos atualmente aceitos indicam que esses cometas vieram da Nuvem de Oort.

Localizada a uma distância entre 5 mil e 100 mil Unidades Astronômicas (sendo que 1 UA corresponde à distância média entre a Terra e o Sol), a Nuvem de Oort é a fronteira final do Sistema Solar. Estima-se que as sondas Voyager ainda levarão 300 anos para chegar lá e 30 mil anos para deixar seus limites externos.

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Atualmente, os modelos consideram que a Nuvem de Oort é formada por alguns trilhões de cometas de mais de 1 km de diâmetro e outros bilhões com aproximadamente 20 km de diâmetro. Todos os objetos ali devem ser de gelo, nunca de rocha — ao menos era isso o que os astrônomos pensavam.

Quando o meteoro de 2021 teve a órbita calculada como semelhante à de um cometa da Nuvem de Oort, os pesquisadores ficaram chocados. Afinal, isso sugere que a população daquela região não é composta apenas por pedaços de gelo, mas também por rochas.

Isso é bastante significativo, pois o material da Nuvem de Oort é considerado um remanescente das origens do Sistema Solar, sendo que a maioria de seus objetos permanecem intocados pela radiação do Sol. Saber que também existem corpos rochosos por lá pode mudar o que se sabe sobre a formação da nosa vizinhança cósmica.

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O estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.

Fonte: Nature AstronomyWestern University