Mesmo após conserto, ar continua vazando de rachadura em módulo russo na ISS
Por Danielle Cassita | 21 de Outubro de 2020 às 19h45
O vazamento de ar que ocorre na Estação Espacial Internacional (ISS) desde o ano passado não parece querer dar descanso para os astronautas: depois que descobriram que o problema estava acontecendo em uma rachadura no compartimento de intersecção do módulo russo Zvezda, os cosmonautas a selaram com fita. Mesmo assim, o vazamento continua, e agora parece ter ficado mais intenso.
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No início da semana, o cosmonauta Ivan Vagner informou que o vazamento foi consertado temporariamente. Segundo uma fonte na indústria, a rachadura em questão tinha cerca de 2,5 cm, e a tripulação a cobriu com fita Kapton, que é resistente a temperaturas extremas. Entretanto, de acordo com informações fornecidas pela tripulação na terça-feira (20), a pressão do módulo continua caindo mesmo com a tentativa de conserto — inclusive, parece até cair mais rapidamente do que ocorria antes de os astronautas a selarem.
Anatoly Ivanishin, também cosmonauta, informou que a pressão atual no módulo é de 670 milímetros, e comentou também que observou a existência de algumas partículas sob a fita. Mais cedo, antes de as escotilhas serem fechadas, o módulo tinha pressão igual à do resto da estação, mas acabou perdendo 63 mm durante a noite mesmo com o conserto. Antes disso, o valor era de 50 milímetros. Assim, a tripulação recebeu a recomendação de aplicar mais camadas de fita na próxima tentativa.
O vazamento foi identificado pela primeira vez em 2019, mas foi em 2020 que a intensidade da saída de ar apresentou aumento. Desde então, os tripulantes da Expedição 63 precisaram se confinar algumas vezes no segmento russo da estação para a realização de buscas do vazamento que, no fim, era pequeno, o que dificultava as buscas, e encontrava-se justamente no módulo russo.
É importante lembrar, entretanto, que a estação sempre tem algum vazamento de ar acontecendo por não ser completamente hermética e, além disso, os astronautas são treinados para lidarem com imprevistos dessas. Somado a um problema recente no suprimento de oxigênio também do módulo russo, os inconvenientes sinalizam o desgaste dos equipamentos russos, que já chegam aos 20 anos de uso.
Fonte: SpaceDaily