Tripulação está tentando encontrar origem de vazamento de ar na ISS com confetes
Por Danielle Cassita |
Um vazamento de ar vem ocorrendo na Estação Espacial Internacional (ISS) desde 2019, e a localização exata do problema ainda não foi encontrada — mas é possível que esteja ocorrendo no módulo russo Zvezda. Agora, os cosmonautas a bordo da ISS cortaram tiras de papéis e plásticos para prendê-las no interior do módulo e, assim, tentar identificar a origem exata do vazamento.
- Parece que o vazamento de ar da ISS vem justamente do módulo russo; entenda
- Astronautas saem do confinamento em módulo russo após vazamento de ar na ISS
- Meteorito causa vazamento de oxigênio na Estação Espacial Internacional
Junto dos confetes, haverá também um par de câmeras GoPro. Yuri Gidzenko, cosmonauta russo que contactou os engenheiros de voo Anatoli Ivanishin e Ivan Vagner, diz que eles receberam a solicitação para soltar as câmeras na câmara "suspeita" de vazamento no módulo Zvezda antes do fechamento das escotilhas. A ideia é que uma delas monitore os níveis de pressão do módulo em tempo real para determinar a velocidade da queda de pressão por lá, enquanto a outra irá registrar o movimento das tiras de papel fixas e das que flutuam livremente. Então, se tudo correr como o planejado e a origem do vazamento for identificada, o fluxo de ar deverá puxar as tiras fixas na direção do vazamento, enquanto o confete flutuante vai se acumular na região dela.
A expedição atual a bordo do laboratório orbital recebeu a tarefa de solucionar este problema antes da chegada da próxima tripulação, que deverá ocorrer no meio de outubro. “Não podemos transferir o problema para a próxima tripulação”, disse um especialista. Ele pediu, então, que os cosmonautas dediquem o máximo possível de esforços para resolver esta questão: “além de vocês, não temos mais ninguém com quem podemos contar para ajudar e dedicar todo o tempo livre para solucionar este problema”, finaliza. A missão Expedition 63 deverá ser lançada em 14 de outubro, e a nova tripulação irá substituir o comandante Christopher Cassidy e os cosmonautas Anatoli Ivanshin e Ivan Vagner.
Apesar de ter sido detectado há mais de um ano, foi entre agosto e setembro de 2020 que a intensidade do vazamento aumentou de 270g a 1,4 kg de perda de ar por dia. Assim, a tripulação precisou fechar as escotilhas em duas ocasiões para análises de pressurização, enquanto os astronautas e cosmonautas se isolaram no segmento russo da estação. No fim da semana passada, Vladimir Soloviev, diretor de voo do lado russo da estação, disse que o vazamento era "insanamente pequeno", o que torna ainda mais difícil ou até impossível de solucionar o problema — é possível que o vazamento tenha tamanho entre 0,6 mm e 0,8 mm.