Mancha solar explode em erupção intensa e causa apagões de rádio
Por Daniele Cavalcante • Editado por Patricia Gnipper | •

Restando pouco tempo para desaparecer do outro lado do Sol, a mancha solar gigante AR3354 cumpriu as expectativas e explodiu em uma erupção de longa duração da classe X1.7, considerada intensa. O evento ionizou a atmosfera terrestre e causou apagões em transmissões de rádio no Oceano Pacífico e no oeste norte-americano.
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Desde seu surgimento no dia 26 de junho, a mancha da região ativa 3354 chamou a atenção de cientistas e astrônomos amadores de todo o mundo. É que, em menos de 24 horas após o surgimento, a mancha se tornou 5 vezes maior que a Terra.
Poucos dias depois, seu tamanho duplicou e continuou crescendo. Ela chegou a cerca de 25% do tamanho da mancha solar do famoso evento de Carrington, uma das piores tempestades solares da história desde que a humanidade começou a medir esses fenômenos.
Além disso, a mancha desenvolveu um campo magnético beta-gama, ou seja, que contém elétrons e radiação gama o suficiente para fortes explosões solares ionizantes.
Ciclo solar mais intenso
Esta explosão está entre a 10ª e a 14ª maior do ciclo solar 25 (o atual ciclo de 11 anos, cujo pico deve ocorrer em 2025), sendo que até agora tivemos 18 erupções de classe X. Comparando às 14 erupções dessa categoria durante o ciclo anterior, podemos esperar muito mais nos próximos dois anos.
De acordo com o Centro de Análise de Dados de Influências Solares do Observatório Real da Bélgica, o mês de junho teve 163 manchas, superior à soma de todos os meses anteriores desde setembro de 2002.
Os cientistas já se preparam para um ciclo acima da média, contrariando as previsões de que ele não seria muito diferente do tranquilo ciclo 24. Na verdade, podemos estar prestes a testemunhar um dos mais fortes desde o início do século XX, mas sempre vale ressaltar: não há motivos para nos preocuparmos com a vida na Terra, já que ela é bem protegida por seu campo magnético.
Fonte: Spaceweather.com, Space.com