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Talvez as erupções de água na lua Europa não venham de um oceano subterrâneo

Por| 13 de Novembro de 2020 às 18h10

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NASA/JPL-Caltech/SETI Institute
NASA/JPL-Caltech/SETI Institute

Europa é uma lua de Júpiter que se destaca por sua superfície completamente congelada e, em especial, por por causa das erupções criovulcânicas (ou seja, de vulcões que expelem elementos voláteis, como água) que acontecem por lá. Essas erupções trazem questões para os cientistas, que tentam descobrir o que poderia causa-las e se há chances de existir vida por lá. Agora, um novo estudo aponta que a fonte das erupções está mais perto da superfície do que se pensava.

Teoricamente, pode existir um oceano aquático por baixo das camadas de gelo em Europa, e os cientistas cogitavam que as erupções vinham das profundezas desses mares ocultos. Entretanto, parece que pelo menos algumas delas se originam de bolsas de água presas na própria camada de gelo, de acordo com as evidências trazidas pelos pesquisadores da Universidade de Stanford, Universidade do Arizona, Universidade do Texas e do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.

A equipe usou imagens coletadas pela sonda Galileo, da NASA. A nave foi aposentada em 2003, mas os registros de dados coletados nas mais famosas luas de Júpiter ainda podem ser usados para boas descobertas. Os pesquisadores criaram um modelo para explicar como uma combinação de congelamento e pressurização pode levar a uma erupção criovulcânica, e os resultados foram publicados na revista Geophysical Research Letters.

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O que foi descoberto pelos cientistas traz implicações para as chances de habitabilidade no oceano de Europa, além de explicar também as erupções em outros corpos gelados do Sistema Solar. Para o estudo, a equipe analisou uma cratera chamada Manannán, criada pela queda de um objeto espacial — provavelmente um asteroide — há algumas dezenas de milhões de anos.

Considerando que essa colisão teria gerado uma quantidade enorme de calor, eles concluíram que houve o derretimento do gelo de Europa e, mais tarde, um novo congelamento. Com esse novo congelamento, uma bolsa de água líquida parece ter ficado dentro da camada de gelo, e isso pode ter causado a erupção. Essa bolsa teria permanecido no estado líquido por causa da salinidade na água, que dificulta o congelamento.

Os bolsões de água salgada também podem derreter o gelo ao seu redor e migrar lateralmente através da camada de gelo. Quando um desses bolsões de salmoura em migração atingiu o centro da cratera de Manannán, ficou preso ali e começou a congelar. Isso criou muita pressão, o que acabou resultando em uma erupção criovulcânica, estimada em mais de um quilômetro de altura, deixando uma marca em forma de aranha na superfície de Europa.

Para cientistas que esperavam por possibilidade de vida nas erupções, supondo que elas estariam ligadas ao oceano abaixo do gelo, essa é uma má notícia, pois os bolsões salgados não estão diretamente conectados com a água oceânica. Por outro lado, esse mesmo mecanismo não pode explicar a origem outros criovulcões que parecem existir em Europa. A missão Europa Clipper deverá ser lançada pela NASA em 2023 para investigar isso mais de perto.

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Fonte: Standford News