K2-18 b | James Webb detecta moléculas que sugerem oceano em subnetuno
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper | •
O exoplaneta K2-18 b, encontrado a 120 anos-luz da Terra, contém diferentes moléculas com carbono em sua estrutura. A descoberta vem de novos dados obtidos pelo telescópio James Webb, e reforça a possibilidade de que este seja um mundo com uma potencial atmosfera rica em hidrogênio e superfície coberta por um oceano de água líquida.
- James Webb: pesquisas para 2º ano de operação do telescópio são reveladas
- Eis tudo o que sabemos sobre exoplanetas — até agora
As primeiras descobertas sobre as propriedades atmosféricas do K2-18 b foram proporcionadas por observações do telescópio Hubble. Entretanto, os astrônomos ainda não entendem bem suas características atmosféricas devido ao tamanho do planeta: K2-18 b tem proporções intermediárias, comparáveis a algo entre o tamanho da Terra e de Netuno.
Não há nenhum outro mundo no Sistema Solar com tamanho semelhante, e a falta de planetas análogos faz com que estes, conhecidos como subnetunos, sejam pouco compreendidos principalmente em relação às suas atmosferas. No caso do K2-18 b, existe a possibilidade de ele seja do tipo Hycean, nome que combina hidrogênio e oceano em inglês.
Portanto, talvez ele seja um mundo maior que a Terra e menor que Netuno, coberto por uma atmosfera de hidrogênio e com possíveis oceanos de água líquida. “Tradicionalmente, a busca por vida em exoplanetas foi focada primariamente em planetas rochosos menores, mas os Hycean maiores são significativamente mais condutores a observações atmosféricas”, observou Nikku Madhusudhan, autor principal do novo estudo.
Os novos dados do Webb mostraram abundância de metano e dióxido de carbono, além de amônia em baixa quantidade, apoiando a hipótese de que K2-18 b pode abrigar um oceano sob sua atmosfera — mas, se existir, tal possível oceano do planeta pode ser quente demais para abrigar vida ou até mesmo para estar no estado líquido.
Além disso, os dados do telescópio apresentaram uma possível detecção da molécula sulfeto de dimetila (DMS), que, na Terra, é produzida por processos biológicos. Contudo, mais dados são necessários para confirmar a ocorrência dela. Agora, a equipe planeja realizar novos estudos com o instrumento Mid-InfraRed Instrument (MIRI), do Webb, para validar o que já se sabe sobre o K2-18 b e trazer novas descobertas sobre ele.
O artigo com os resultados do estudo foi aceito para publicação na revista The Astrophysical Journal Letters.
Fonte: The Astrophysical Journal Letters; Via: ESA