Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

James Webb revela colisão de asteroides gigantes em outro sistema

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Junho de 2024 às 10h24

Link copiado!

NASA/LYNETTE COOK
NASA/LYNETTE COOK

O telescópio James Webb surpreendeu os cientistas outra vez. Enquanto observava o sistema Beta Pictoris, a 63 anos-luz da Terra, o poderoso observatório flagrou pistas do que parece ter sido uma colisão entre dois asteroides gigantescos — inclusive, um deles parece ser maior que aquele que causou a extinção dos dinossauros!

Beta Pictoris é uma estrela jovem cercada por um disco de gás e poeira, onde há um sistema planetário em formação. Por isso, ela se tornou alvo de vários estudos: além de a estrela fornecer uma ótima oportunidade para estudar como ocorre a formação dos planetas, um destes mundos jovens já foi detectado.

Agora que você já conhece a estrela, façamos uma breve visita ao passado. Há 20 anos, o telescópio Spitzer estava observando os grãos de poeira ao redor de Beta Pictoris em busca do calor emitido por cristais de silicato, mineral que costuma ser encontrado cercando estrelas jovens. Na época, não havia sinal de nada que indicasse a ocorrência de uma colisão entre asteroides. 

Continua após a publicidade

É aqui que entra o novo estudo liderado por Christine Chen, astrônoma da Universidade Johns Hopkins. Ao comparar as assinaturas dos grãos de poeira observadas pelo Spitzer naquela época com os novos dados do James Webb, eles encontraram algo interessante: houve uma redução significativa na radiação nos comprimentos de onda vistos pelo Spitzer.

Isso indica que houve uma colisão intensa entre asteroides e outros objetos há 20 anos, que transformou em pó as rochas espaciais envolvidas. “Todos pensamos que essa poeira é a que vimos inicialmente nos dados do Spitzer de 2004 e de 2005”, disse Chen. Segundo ela, a melhor explicação para os novos dados do Webb é que eles mostram o resultado da forte colisão.

Os novos dados indicam que a poeira do disco que cerca a estrela foi dispersa por sua radiação e não pode mais ser detectada. Antes, estas partículas eram aquecidas e emitiam a radiação detectada pelo Spitzer; só que, agora, as partículas se afastaram e não têm mais as assinaturas térmicas.

Quando o Spitzer coletou os dados, os cientistas consideraram que outras rochas espaciais poderiam abastecer as partículas de poeira por lá. Só que o Webb mostrou que não foi o caso: na verdade, a poeira desapareceu e não foi substituída. E mais: a quantidade de partículas liberadas equivale a um objeto 100 mil vezes que o asteroide que levou os dinossauros à extinção

“A maioria das descobertas do James Webb vêm do que o telescópio detectou diretamente”, observou Cicero Lu, coautor do novo estudo. “Nesse caso, a história é um pouco diferente, porque nossos resultados vêm do que o James Webb não viu”, finalizou. 

As descobertas foram apresentadas durante a 244ª Reunião da Sociedade Astronômica Americana.

Fonte: Johns Hopkins University