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James Webb identifica pequenos pontos vermelhos como 'quasares bebês'

Por| Editado por Luciana Zaramela | 13 de Março de 2024 às 09h33

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ESO, M. Kornmesser
ESO, M. Kornmesser

O telescópio James Webb descobriu um tipo de objeto que o Hubble, em observações anteriores, não conseguiu distinguir das galáxias normais. Trata-se de um punhado de pequenos pontos vermelhos que agora se revelam como “quasares bebês”.

Um novo estudo liderado por Jorryt Matthee demonstra que os pontos vermelhos estão a uma distância de 12,6 bilhões de anos-luz de distância da Terra. Isso significa que a luz emitida por eles viajou por 12,6 bilhões de anos, portanto, essa é a idade aproximada deles em um universo que tem 13,8 bilhões de anos de idade.

Anteriormente, as imagens do telescópio Hubble não tinham resolução suficiente para distinguir esses pontos de galáxias comuns avermelhadas. Agora, o James Webb mostrou que cada um deles é um buraco negro supermassivo ativo, ou seja, que se alimentam de grandes quantidades de matéria.

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Cada um desses buracos negros supermassivos habita no coração de uma galáxia hospedeira. Quando devoram objetos como estrelas ou nuvens de gás, os buracos negros supermassivos emitem tanta enrgia que são capazes de ofuscar o brilho de sua própria galáxia. Nesses casos, esse objeto extremamente luminoso recebe o nome de quasar.

Alguns quasares são muito mais massivos do que deveriam, se considerarmos a época em que se formaram. Os buracos negros supermassivos não deveriam ser tão grandes em distâncias como 12,6 bilhões de anos, simplesmente porque não houve tempo suficiente para que evoluam.

Estudos anteriores encontraram alguns desses objetos impossíveis, como o buraco negro COS-87259, com 1 bilhão de massas solares. Sua luz é tão antiga que foi emitida apenas 750 milhões de anos após o Big Bang — em outras palavras, ele está a mais de 13 bilhões de anos-luz de distância.

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Os astrônomos ainda não sabem como objetos semelhantes ao COS-87259 se tornaram tão massivos em apenas 150 milhões de anos. O novo estudo, por outro lado, encontrou uma explicação para os pontos vermelhos que o Hubble não havia decifrado: são quasares ainda em formação, com apenas alguns milhões de massas solares.

A equipe do estudo analisou as linhas espectrais dessa população de pequenos pontos vermelhos e encontrou sinais de nuvens de gás hidrogênio em movimento rápido ao redor de algo massivo — os buracos negros. Além disso, os objetos parecem avermelhados por causa da poeira, que “obscurece os buracos negros e avermelha as cores", disseram os autores.

Com isso, os pesquisadores argumentam que os pequenos pontos vermelhos nas imagens do James Webb são versões pequenas e vermelhas de quasares gigantes — que, aliás, são de cor azulada. Eles esperam que estudar os quasares bebês ajude os cientistas a compreenderem melhor os misteriosos processos de formação de um quasar gigante no início do universo.

O artigo da pesquisa foi publicado na revista The Astrophysical Journal.

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Fonte: ScienceDaily, The Astrophysical Journal