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James Webb encontra "clone" da Via Láctea no começo de sua evolução

Por| Editado por Patricia Gnipper | 13 de Fevereiro de 2023 às 19h49

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James Josephides/Swinburne University
James Josephides/Swinburne University

Uma galáxia apelidada de “Sparkler”, descoberta pelo telescópio James Webb, parece ser uma versão antiga da Via Láctea — isto é, um retrato de como a nossa galáxia poderia ter sido em sua juventude. A imagem pode ajudar os astrônomos a entender como nossa “metrópole” cósmica evoluiu.

Localizada a 9 bilhões de anos-luz da Terra, a Sparkler tem um punhado de galáxias anãs e aglomerados globulares em sua órbita. Estes objetos menores estão sendo consumidos pela galáxia, uma "canibal" que se fundirá com tudo ao seu redor para aumentar seu tamanho e massa.

A descoberta veio da Webb's First Deep Field— a primeira foto colorida do James Webb e também a mais profunda e detalhada do universo já capturada. Na imagem, a Sparkler aparece como uma linha laranja distorcida.

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Esta visão da Sparkler só foi possível porque, no centro da imagem do James Webb, há um aglomerado de galáxias chamado SMACS 0723, que formou uma lente gravitacional, amplificando e revelando inúmeras galáxias muito mais distantes.

O aglomerado está localizado a “apenas” 4 bilhões de anos-luz de distância, enquanto as galáxias mais avermelhadas lentificadas por ele estão entre as mais distantes já vistas. Sem a lente formada pelo SMACS 0723, seria impossível detectar esses objetos distantes longínquos.

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No caso da Sparkler, sua distância de 9 bilhões de anos-luz da Terra indica que estamos vendo como ela era há 9 bilhões de anos, cerca de 4 bilhões de anos após o Big Bang. Naquela época, o cosmos tinha apenas um terço de sua idade atual, enquanto a Sparkler tinha apenas 3% da massa atual da Via Láctea.

A imagem nos mostra uma galáxia muito jovem, ainda em seu estágio de evolução. "Parece que estamos presenciando, primeira mão, a formação desta galáxia enquanto aumenta sua massa", disse Duncan Forbes, um dos autores do estudo.

Os cientistas teorizam que a Sparkler vai consumir as galáxias anãs e aglomerados estelares ao seu redor até se tornar semelhante à Via Láctea, conclusão baseada em algumas semelhanças entre as duas galáxias. Por exemplo, os aglomerados globulares ao redor da Sparkler parecem versões mais jovens dos cerca de 200 aglomerados existentes ao redor da Via Láctea.

Também vale mencionar que nossa galáxia evoluiu devorando pequenas galáxias que orbitavam ao seu redor. Entre as consumidas por "nós", estão as galáxias anãs conhecidas como Sagitário, devorada há 4 ou 5 bilhões de anos, e a Gaia-Enceladus, absorvida pela Via Láctea há cerca de 8 bilhões de anos.

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Por enquanto, os pesquisadores ainda não sabem ao certo como as estrelas se agrupam em aglomerados globulares ao redor de uma galáxia como a Sparkler e a Via Láctea. Espera-se que a nova descoberta ofereça algumas respostas que, por fim, ajudam a compreender a evolução galáctica.

A pesquisa foi publicada na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society; Via: Royal Astronomical Society