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Telescópio James Webb revela onde está "motor" de galáxias em fusão

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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ESA/Webb, NASA & CSA, L. Armus, A. Evans
ESA/Webb, NASA & CSA, L. Armus, A. Evans

O telescópio James Webb ajudou uma equipe de pesquisadores da Universidade de Hiroshima, no Japão, a identificar onde está uma fonte brilhante e energética em IIZw096, um sistema de galáxias em fusão a cerca de 500 milhões de anos-luz de nós. O “motor” da fusão fica fora das partes principais das galáxias e não apareceu em observações da luz visível e ultravioleta, feitas pelo telescópio Hubble.

Em 2010, o telescópio Spitzer mostrou que o sistema em fusão era dominado por emissões bastante luminosas na luz infravermelha — a maioria das fusões das galáxias emite luz infravermelha, com comprimentos de onda mais longos que aqueles da luz visível. Eles conseguiram medir a energia da fonte, mas não puderam determinar sua localização exata.

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Agora, com o telescópio James Webb, eles descobriram que a fonte é responsável pela parte principal das emissões na parte média do espectro do infravermelho, responsável por cerca de 70% da emissão de luz infravermelha total do sistema. O raio da fonte mede cerca de 570 anos-luz, o que representa uma pequena parte do sistema em fusão — este, por sua vez, estende-se por quase 65 mil anos-luz.

Thomas Bohn, coautor do estudo, explica que isso indica que a energia está presa em um pequeno espaço. “É intrigante que esta fonte pequena, longe do centro galáctico, domina a luminosidade infravermelha do sistema”, observou ele. “Queremos saber o que alimenta esta fonte: é uma explosão de formação estelar ou um buraco negro massivo?”, questionou Hanae Inami, professora assistente da universidade.

Além de encontrar o “lar” da fonte, os pesquisadores encontraram 12 “agrupamentos” luminosos. Alguns já haviam aparecido em observações do telescópio Hubble, mas cinco novas estruturas foram detectadas pelo Webb. Estes, especificamente, estão emitindo cores do infravermelho médio que sugerem que, ali, há novas estrelas em formação.

Por fim, Inami observou que observações espectroscópicas futuras do sistema IIZw096 podem revelar novas informações sobre a natureza da poeira e do gás ionizado, além do gás molecular presente nas galáxias em fusão. “As imagens do telescópio James Webb revelaram um aspecto oculto da IIZw096 e abriram a porta para a identificação de fontes ocultas por poeira”, finalizou.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters.

Fonte: The Astrophysical Journal Letters; Via: Hiroshima University