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Intensa erupção é registrada em cometa vulcânico no Sistema Solar

Por| Editado por Patricia Gnipper | 06 de Dezembro de 2022 às 10h36

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NASA/JPL-Caltech/D. Cruikshank/J. Stansberry
NASA/JPL-Caltech/D. Cruikshank/J. Stansberry

O cometa vulcanicamente ativo 29P/Schwassmann-Wachmann (ou apenas “29P”) teve mais uma erupção observada, e ela foi bastante significativa. Em novembro, o astrônomo amador Patrick Wiggins percebeu que o cometa estava muito mais brilhante que o comum e, depois, observações de outros astrônomos confirmaram que, de fato, o aumento de brilho era o resultado de uma grande erupção, que expeliu mais de um milhão de toneladas de matéria pelo Sistema Solar.

Com cerca de 60 km de diâmetro, o cometa 29P leva aproximadamente 14,9 anos para orbitar o Sol. Ele é considerado o cometa mais vulcanicamente ativo no Sistema Solar, e a erupção observada recentemente é a segunda mais massiva já observada nele nos últimos doze anos — a maior ocorreu em setembro de 2021.

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A erupção se estendeu por mais de 56 mil km do cometa e seus materiais se moviam a cerca de 1.295 km/h. O fenômeno foi seguido de outras duas erupções menores, ocorridas nos dias 27 e 29 do mesmo mês. Ao contrário do que ocorre com os vulcões na Terra, que liberam magma e cinzas vindas do manto do nosso planeta, o 29P apresenta o chamado criovulcanismo, ou seja, suas erupções ejetam principalmente gases extremamente frios e gelo.

O criomagma de cometas como o 29P é formado principalmente por monóxido de carbono e nitrogênio gasoso, junto de compostos sólidos e hidrocarbonetos líquidos — estes, especificamente, podem conter alguns dos compostos a partir dos quais a vida emergiu na Terra. As imagens do cometa em erupção sugerem a formação de uma pluma em formato parecido com o do personagem Pac-Man, sugerindo que ela emergiu de um único ponto na superfície do cometa.

Estas observações apoiam estudos anteriores, que apontaram uma relação entre as erupções do cometa e sua rotação. Para o astrônomo Richard Miles e Stoddard-Jones, a rotação lenta do cometa faz com que a radiação solar seja absorvida por ele desigualmente, causando as erupções.

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Por enquanto, as erupções tendem a acompanhar o período de rotação de 57 dias do cometa. Os cientistas suspeitam ainda que as maiores erupções do cometa acompanhem um ciclo baseado em sua órbita ao redor do Sol. Como um grande número de erupções foi detectado entre 2008 e 2010, e houve duas erupções massivas nos últimos dois anos, Miles considera provável que ocorra pelo menos mais uma grande erupção no 29P até o fim de 2023.

Conforme novas evidências de sua atividade vulcânica curiosa surgem, a comunidade astronômica vem dedicando mais atenção para este cometa peculiar. “Claramente há algo novo a ser descoberto em estudos do 29P”, disse Miles. Este cometa deverá ser estudado pelo telescópio James Webb no início do próximo ano.

Fonte: British Astronomical AssociationLive Science