Imagens do telescópio Hubble revelam detalhes da formação de nebulosas
Por Danielle Cassita | 21 de Janeiro de 2021 às 14h15
Pesquisadores do Rochester Institute of Technology e do Green Bank Observatory apresentaram novas descobertas sobre a nebulosa NGC 6302, conhecida como “Nebulosa da Borboleta”, e também sobre a NGC 7027. Por meio de imagens feitas pelo telescópio espacial Hubble nos dois últimos anos, eles estão entendendo melhor como elas desenvolveram suas formações tão únicas e dramáticas. As novidades foram apresentadas durante a American Astronomical Society, em sua 237º edição.
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Com a câmera Wide Field Camera 3, o telescópio observou as duas nebulosas em 2019 e no início de 2020 usando o máximo de suas capacidades pancromáticas. Assim, os estudos foram os primeiros a trabalhar com este tipo de imagem, com o objetivo de entender melhor, afinal, como ocorre o processo de formação das nebulosas junto de modelos de testes de estrelas binárias que definem a forma delas.
O professor Joel Kastern explica que a equipe pôde dissecar as nebulosas com o material que obteve: “conseguimos ver o efeito da estrela central morrendo e como ela está descartando o material ejetado”, diz. Além disso, eles observaram onde o material que a estrela emitiu é dominado por gás ionizado, o processo que causa a ionização e onde há mais presença de poeira fria. Kastner explica que, no caso da Nebulosa da Borboleta, as imagens do Hubble puderam confirmar que ela foi ejetada há apenas 2 mil anos, um piscar de olhos em termos astronômicos.
Como indicado por seu nome, essa formação conta com partes que lembram asas, criadas por emissões de ferro que podem ser ainda mais jovens. O mais curioso é que os astrônomos acreditavam que já encontraram a estrela “culpada” pela nebulosa; agora, eles perceberam que o que foi encontrado era, na verdade, uma estrela sem relação ela que estava bem mais próxima da Terra do que a formação em si. De qualquer forma, o futuro telescópio espacial James Webb deverá ajudar a solucionar o mistério e encontrar a estrela “verdadeira”, quando enfim for lançado.
Já a análise da nebulosa NGC 7027 está sendo elaborada com medidas que o Hubble coletou ao longo de 25 anos, que inclusive envolvem as primeiras imagens feitas pelo telescópio. Paula Moraga Baez, aluna de Ph.D. em ciência astrofísica e tecnologia, comenta que um dos aspectos mais marcantes dessa nebulosa é sua estrutura “de justaposição rara de formações circulares simétricas, axissimétricas e bipolares”. Além disso, apesar de ter uma estrela central de alta temperatura, essa nebulosa retém grandes massas de gás molecular e poeira.
Jesse Bublitz, pesquisador de pós-doutorado, continuou trabalhando em análises das nebulosas e notou que há sinais moleculares de luz ultravioleta e raios X que continuam moldando essa nebulosa. Assim, com as observações de telescópios em diversos comprimentos de onda, foi possível ver como a NGC 7027 é afetada pela energia irradiada de sua estrela central em diferentes regiões pela irradiação de sua estrela central: “estamos muito animados com essas descobertas”, disse.
Fonte: RIT