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Há 5 anos, a New Horizons sobrevoava Plutão — e tirava fotos incríveis dele!

Por| 14 de Julho de 2020 às 21h00

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Hoje, completam-se cinco anos desde que a sonda New Horizons, da NASA, foi explorar o gelado planeta-anão Plutão numa missão histórica. Pela primeira vez, foi possível ver toda a complexidade da superfície deste pequeno mundo em imagens detalhadas e coloridas. Ainda, a missão permitiu descobrir um mundo congelado cheio de paisagens incríveis, com geleiras de nitrogênio, montanhas gelo, vales e outras formações jamais imaginadas por lá.

A New Horizons iniciou sua viagem em janeiro de 2006 e chegou a Plutão depois de quase 10 anos. Poucos dias depois de um incidente que quase colocou a missão em risco, a sonda seguiu viagem e fotografou uma forma icônica na superfície de Plutão: um coração, que recebeu o nome de Tombaugh Regio. Alan Stern, principal investigador da missão, ficou maravilhado com a descoberta. "Tem até um coração nele! Nem Hollywood poderia ter planejado melhor", disse, na época.

As imagens são incríveis e surpreendentes, além de mostrarem um pouco do que a história do planeta-anão pode estar guardando. Afinal, nos últimos cinco anos desde a missão, qualquer ideia que ainda colocasse Plutão como uma simples bola de gelo inerte caiu por terra.

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Confira abaixo algumas curiosidades de Plutão que foram descobertas graças à audaciosa missão New Horizons:

O "coração" de Plutão

Uma das imagens mais marcantes que a New Horizons conseguiu foi a do "coração" na superfície de Plutão. Na verdade, esse "coração" é uma enorme geleira de nitrogênio, e recebeu o nome de Tombaugh Regio. O lado esquerdo dela recebeu o nome de Planície Sputnik, e é responsável por alterar a orientação do planeta-anão. Assim, a bacia agora está na direção oposta da lua Caronte.

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Esse processo é chamado de "desvio polar verdadeiro". Para James Tuttle Keane, cientista planetário e membro da equipe da New Horizons, o fenômeno ocorre quando um corpo planetário altera seu eixo de giro, o que costuma acontecer com a ocorrência de grandes processos geológicos.

Aliás, a posição atual da Planície Sputnik também não é por acaso: ela está onde está devido ao nitrogênio congelado somado à atração gravitacional da lua Caronte. Por isso, enquanto houver gelo acumulado na bacia, Plutão continuará sofrendo alterações em sua orientação.

Planície Sputnik e as células de convecção

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As imagens da superfície da Planície Sputnik apresentam formas poligonais estranhas no gelo. Apesar de se parecerem com células vistas em microscópio, elas são, na verdade, evidências do calor do interior de Plutão chegando à superfície.

O gelo aquecido sobe ao centro das células, enquanto o gelo resfriado afunda nas laterais. Esse processo forma bolhas de nitrogênio congelado subindo e descendo, em um movimento que lembra aquele das lâmpadas de lava que temos. Vale lembrar que esse processo não acontece em nenhum outro local já explorado no Sistema Solar!

O que houve com as crateras de Plutão e Caronte?

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Pesquisadores costumam esperar encontrar crateras na superfície de planetas e luas, e Caronte e Plutão chamaram a atenção por terem grandes crateras em suas superfícies. Para Kelsi Singer, coinvestigador do Southwest Research Institute, isso é surpreendente, porque indica que pode haver menos objetos pequenos do Cinturão de Kuiper do que era esperado.

As análises das imagens das crateras mostraram que menos objetos com menos de 1,6 km de diâmetro atingiram a superfície de Plutão. Assim, como os cientistas não acreditam que as crateras são originadas por atividade tectônica, é mais provável que o Cinturão Kuiper seja composto de poucos objetos muito pequenos, abrigando, em sua maioria, grandes rochas espaciais.

Um "coração" comanda a atmosfera e clima de Plutão

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O gelo que cobre a Tombaugh Regio passa por ciclos todos os dias. Nesses ciclos, o gelo é sublimado em vapor ao longo do dia, e sofre condensação com o frio da noite. Cada um desses ciclos funciona quase como a batida de um coração, porque leva ventos de nitrogênio a circularem pelo planeta.

Tanguy Bertrand, cientista planetário Ames Research Center, da NASA, aponta esse fenômeno como um coração que controla a circulação atmosférica. Ele desenvolveu alguns modelos de previsão do tempo, cujos dados indicam que esse ciclo movimenta os ventos em direção oeste - o que é curioso, já que a rotação de Plutão é na direção leste.

Plutão pode ter um oceano líquido sub a superfície

As geleiras podem não ter alterado a orientação da Planície Sputnik sozinhas. Segundo dados que a New Horizons coletou na bacia, pode haver uma massa mais pesada que tenha influenciado - e, para os cientistas, essa massa pode ser um oceano líquido. Existem outras evidências apontadas em estruturas tectônicas que indicam a existência de um oceano abaixo da crosta de Plutão.

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A Planície Sputnik foi formada há aproximadamente 4 bilhões de anos, quando sofreu o impacto de um enorme objeto vindo do Cinturão Kuiper. O choque acabou rompendo uma parte da crosta congelada de Plutão, deixando uma camada fina e frágil nas profundezas da bacia. Com isso, pode ser que um oceano subterrâneo tenha se formado ao invadir a bacia, empurrando-a contra a crosta.

As fotos de Plutão favoritas de Alan Stern

Alan Stern foi o principal investigador na missão New Horizons na NASA. Para comemorar os cinco anos do sobrevoo em Plutão, o portal Space.com o convidou a selecionar algumas das suas fotos favoritas, obtidas com essa missão histórica. Confira as imagens que ele escolheu:

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A foto acima não foi selecionada apenas pelos belos tons azulados envolvendo Plutão, que lembram um pouco a cor do céu na Terra. O que Stern mais gostou na foto foi que o registro aconteceu depois de a sonda passar pelo planeta-anão, ou seja, logo após atingir um objetivo que eles nunca pensaram que conseguiriam. Ao olhar para trás, a sonda registrou essa bela atmosfera azulada.

Stern resume a foto acima em poucas palavras: "Essa diz tudo - do pequeno planeta com um coração ao incrível nível de diversidade e complexidade geológicas reveladas por Plutão".

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As fotografias mostrando o lado mais distante de Plutão estão em baixa resolução devido à rotação do planeta-anão: ela ocorre uma vez a cada seis dias! Mesmo assim, Stern aponta que a visão é bem diferente do hemisfério principal visto pela missão. O jeito, então, é retornar para lá, no futuro, para ver o outro hemisfério com mais detalhes, não é mesmo?

Nessa outra foto, Stern destaca a superfície rugosa de Plutão, além das diversas camadas atmosféricas que chegam a altitudes orbitais.

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Por fim, Stern aponta que algumas partes de Plutão não possuem crateras. "Isso significa que, geologicamente, essas partes são jovens. Mas outras partes do planeta são mais antigas, e podem ser datadas na formação de Plutão há mais de 4 bilhões de anos".

Fonte: Space.com (1) e (2), JHUAPL.edu