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FAA torna mais rígidos os critérios para conceder "asas" de astronauta

Por| Editado por Patricia Gnipper | 22 de Julho de 2021 às 22h00

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Reprodução/VirginGalactic/Twitter
Reprodução/VirginGalactic/Twitter

Nesta terça-feira (20), o Escritório de Transportes Espaciais Comerciais da Federal Aviation Administration (FAA), entidade encarregada da regulamentação de voos nos Estados Unidos, emitiu uma solicitação de atualização dos critérios para a FAA fornecer insígnias de asas de astronauta para quem voar em veículo comerciais. Essa é a primeira mudança realizada desde o início do programa, inaugurado em 2004, e torna mais rígidos os critérios para os tripulantes desses voos receberem as asas.

Segundo informações da instituição, o programa das insígnias foi criado com o objetivo de reconhecer membros da tripulação que colocaram em prática a missão da FAA, de promover a segurança dos veículos criados para transportar humanos. “Agora, a FAA mudou o foco para reconhecer a tripulação do voo que demonstrasse atividades essenciais para a segurança pública, ou contribuíram para a segurança do voo espacial tripulado, entre outros critérios”, explicaram em um comunicado.

Assim, a FAA considera que a mudança alinha-se ao papel de proteção da segurança pública durante operações espaciais comerciais. Com isso, a FAA irá fornecer a insígnia para tripulantes de lançamentos comerciais que atendam os requisitos do regulamento federal para a qualificação e treinamento da tripulação, e que voarem em missões licenciadas ou em lançamentos autorizados a alcançar a altitude mínima de 80 km.

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Além disso, a solicitação também exige que os tripulantes tenham demonstrado “atividades durante o voo que foram essenciais para a segurança pública ou tenham contribuído para a segurança do voo espacial tripulado”. Essa última parte é uma novidade em relação a versões anteriores do regulamento — em junho do ano passado, a FAA exigia que, para a tripulação receber as asas, deviam estar em um voo licenciado pela entidade, que alcançasse altitude mínima de 80 km e que deveriam cumprir requisitos de qualificação e treinamento da tripulação.

A movimentação para essa mudança acontece após os voos recentes da Virgin Galactic e Blue Origin, que levantaram discussões sobre se, afinal, seriam considerados elegíveis para receber as insígnias da instituição e se realmente levariam seus tripulantes ao espaço. O primeiro, realizado pela empresa de Richard Branson, levou seis tripulantes a bordo do avião VSS Unity — e, segundo a empresa, a tripulação estava avaliando o hardware da cabine ou conduzindo experimentos para demonstrar as possibilidades de pesquisa orbital. Assim, eles não estavam, necessariamente, apoiando a segurança pública ou dos voos espaciais tripulados conforme exigido pelas novas regras.

Já o voo da Blue Origin, realizado nesta semana, levou quatro tripulantes a bordo do foguete autônomo New Shepard, composto por cápsula e propulsor. Como o sistema foi projetado para ser controlado do solo, nenhum deles operou a espaçonave e, portanto, provavelmente não deverão atender aos critérios exigidos para receberem as asas de astronautas comerciais da FAA. Apesar de nenhuma das empresas parecerem atender os critérios, a solicitação permite que a FAA emita asas “honorárias”, destinadas especialmente para os “indivíduos que demonstraram contribuições extraordinárias ou serviços benéficos para a indústria de voos espaciais comerciais tripulados”.

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Vale lembrar que essas insígnias não têm significado legal e nem conferem privilégios a quem as porta — na verdade, elas foram estabelecidas pela entidade como parte da missão de incentivar, facilitar e promover o transporte espacial comercial, sendo também um reflexo das asas de astronauta concedidas pela NASA e pelo Departamento de Defesa a quem voa acima de 80 km de altitude. A Blue Origin e a Virgin Galactic têm insígnias próprias, concedidas àqueles que voaram em seus respectivos veículos.

Fonte: SpaceNews