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Estágio de foguete de Elon Musk deve se chocar com a Lua em março

Por| Editado por Patricia Gnipper | 24 de Janeiro de 2022 às 20h40

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NASA
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O estágio superior de um foguete Falcon 9, utilizado pela empresa de Elon Musk — a SpaceX — no lançamento da missão Deep Space Climatary Observatory (DSCOVR) em 2015, parece que vai se chocar a Lua. As informações são de Bill Gray, acompanhado por uma comunidade de observadores, que especulam que o objeto vai impactar o lado afastado da Lua, num ponto próximo do equador lunar, no dia 4 de março deste ano.

Gray trabalhou com o Project Pluto, um software bastante utilizado para rastrear asteroides, cometas e outros objetos próximos da Terra. No início de janeiro, ele reuniu astrônomos amadores e profissionais para realizar novas observações do estágio do foguete, que parece estar "tombando" pelo espaço. Com os novos dados, ele considera haver chances altas de uma colisão acontecer no lado afastado da Lua.

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O estágio do foguete tem massa de aproximadamente 4 toneladas e deverá colidir à velocidade de aproximadamente 2,58 km/s. Se acontecer, esta será a primeira vez que uma peça de hardware espacial se choca não intencionalmente com a superfície lunar. Geralmente, os estágios superiores dos foguetes lançados em missões interplanetárias ficam em órbitas heliocêntricas, que os mantêm distantes da Terra e da Lua.

Como o foguete está tombando, é difícil fazer previsões precisas dos efeitos da luz solar no estágio, que podem afetar sua órbita. “Estes efeitos imprevisíveis são muito pequenos”, observou Gray. Mesmo assim, eles vão se acumular nos próximos meses, de modo que novas observações serão necessárias para refinar o local e a data do impacto.

Esta é uma informação importante para os satélites que orbitam a Lua, como a sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), conseguirem observar a cratera deixada pelo impacto. Segundo a equipe da LRO, a sonda não estará no local adequado para observar o impacto, mas vão tentar localizar o objeto posteriormente.

A missão lançada pela SpaceX em 2015

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Naquele ano, a SpaceX lançou a missão DSCVR com destino ao Ponto de Lagrange 1 (L1), que permite que as naves lançadas para lá tenham uma visão ininterrupta do Sol. Esta foi a primeira missão lançada pela empresa a deixar a órbita da Terra, sendo também a primeira vez em que o segundo estágio de um foguete não conseguiu usar a atmosfera da Terra para ser queimado durante a reentrada.

Por isso, o estágio do Falcon 9 utilizado no lançamento passou os últimos sete anos orbitando a Terra e a Lua. Não há muitas órbitas estáveis ao redor destes corpos e, para completar, a Lua tem ação gravitacional excelente para desviar detritos indesejados para o Sol ou para sua superfície — opção que parece representar o destino do estágio do foguete.

Atualmente, a melhor prática para o lançamento de satélites artificiais que vão orbitar a Terra é reservar combustível suficiente no estágio superior de foguete para ele conseguir reentrar na atmosfera terrestre, sendo queimado. Este é o principal método adotado pela SpaceX e grande parte das empresas ocidentais da indústria, que o escolhem como uma forma de ajudar a controlar a quantidade de detritos na órbita baixa da Terra.

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Fonte: ArsTechnica; Via: SpaceExplored