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Erupções em Vênus podem ser tão comuns quanto as da Terra

Por| Editado por Luciana Zaramela | 28 de Maio de 2024 às 21h30

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NASA/JPL-Caltech/Peter Rubin
NASA/JPL-Caltech/Peter Rubin

A atividade vulcânica de Vênus é maior do que se imaginava, de acordo com um novo estudo publicado na Nature. Os cientistas encontraram evidências de erupções no planeta em dados da missão Magalhães, que investigou a superfície venusiana na década de 1990.

Entre 1990 e 1992, o radar Magalhães, da NASA, mapeou 98% da superfície de Vênus, coletando dados que até hoje ajudam os cientistas a estudar o planeta vizinho da Terra. Foi graças a esse banco de dados que, em 2023, uma equipe fez a descoberta histórica de uma erupção vulcânica recente em Vênus.

Usando os mesmos dados em um novo estudo, outras atividades foram detectadas, aumentando as expectativas dos cientistas em relação à “vida” geológica de Vênus. “Vênus pode ser muito mais vulcanicamente ativo do que se pensava anteriormente” disse Davide Sulcanese, líder do estudo.

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Pesquisador da Universidade d'Annunzio em Pescara, Itália, Sulcanese afirma que “ao analisar os fluxos de lava que observamos em dois locais do planeta, descobrimos que a atividade vulcânica em Vénus pode ser comparável à da Terra”.

O radar Magalhães analisou Vênus por ondas de rádio enviadas à superfície do planeta, através da espessa cobertura de nuvens em sua atmosfera, que depois ricochetearam de volta para a espaçonave. Assim, os sinais refletidos transportaram informações sobre o material da superfície venusiana.

As regiões analisadas pelos autores foram o vulcão Sif Mons em Eistla Regio e a parte ocidental de Niobe Planitia, onde há várias formações vulcânicas. Eles escolheram duas datas em que a Magalhães coletou seus dados nessas áreas, uma em 1990 e outra em 1992.

Com esses dados em mãos, a equipe comparou a superfície em ambas as datas e descobriu um aumento na intensidade do sinal de radar ao longo desse curto período de tempo, sugerindo a formação de nova rocha vulcânica provavelmente lava solidificada.

Antes de chegar a essa conclusão, os autores se preocuparam em eliminar outras explicações para essas mudanças na superfície, como dunas de areia que poderiam se formar, ou até mesmo efeitos atmosféricos.

Estima-se que a erupção do Sif Mons produziu cerca de 30 km² de rocha, suficiente para encher 36 mil piscinas olímpicas, enquanto a erupção do Niobe Planitia produziu 45 km² de rocha, suficiente para 54 mil piscinas olímpicas.

Os resultados dão uma nova perspectiva sobre a atividade geológica do planeta considerado “irmão gêmeo da Terra” e pode ajudar a descobrir por que Vênus, contrariando todas as suas condições iniciais, não se tornou propício à vida.

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Fonte: NatureNASA