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Evidência de atividade vulcânica recente é descoberta em Vênus

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA/JPL-CALTECH/PETER RUBIN
NASA/JPL-CALTECH/PETER RUBIN

As mudanças ocorridas na chaminé de um vulcão em Vênus sugerem que o planeta está vulcanicamente ativo. A conclusão é resultado de uma pesquisa de Robert Herrick, professor do Instituto Geofísico Fairbanks, da Universidade do Alasca, que mostrou que a cratera mudou de formato e aumentou ao longo de oito meses em 1991. Esta é a primeira evidência geológica de atividade vulcânica recente já observada na superfície do planeta.

Herrick investigou imagens capturadas pela missão Magellan, da NASA, no início da década de 1990, com foco na região dos vulcões Ozza e Maat Mons, os maiores do planeta. “Foi somente na última década ou além que os dados da Magellan ficaram disponíveis em resolução completa, em mosaico e de fácil manipulação por um investigador em uma estação de trabalho pessoal típica”, disse.

A região em questão é conhecida como Atla Regio, e os cientistas consideram há tempos que ela é vulcanicamente ativa; entretanto, ainda faltavam evidências diretas de atividade vulcânica recente por lá. Então, enquanto analisava as imagens de radar da Magellan, Herrick descobriu uma chaminé vulcânica associada a Maat Mons que mudou significativamente entre fevereiro e outubro de 1991.

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Na foto de fevereiro, ela tinha formato quase circular e se estendia por aproximadamente 2,2 km², com laterais internas íngremes e sinais de lava drenada nas encostas externas, sugerindo atividade vulcânica. Já nas fotos tiradas oito meses depois, a chaminé estava ainda maior, com formato irregular e parecia estar preenchida por um lago de lava até a borda, que parece ter sido formado no intervalo entre a captura das fotos.

Eles destacam que pode não ter ocorrido uma erupção, mas sim um colapso das paredes da chaminé, causada por algum terremoto. Entretanto, os autores destacam que, quando colapsos desta proporção ocorrem na Terra, eles vêm acompanhados de erupções, já que o magma sai de baixo da abertura para ir a outro lugar.

Como as observações foram capturadas de ângulos opostos e tinham perspectivas diferentes, era difícil compará-las. Então, Herrick se uniu a Scott Hensley, cientista de projeto da futura missão VERITAS, que será enviada ao planeta, e criaram modelos computacionais da chaminé em diferentes configurações para testar eventos geológicos; com os modelos, eles concluíram que somente uma erupção poderia ter causado a mudança observada.

Até então, as estimativas da frequência das erupções vulcânicas em Vênus eram especulativas, e apontavam desde algumas grandes erupções anualmente a alguma ocorrendo em intervalos de alguns anos ou décadas. “Agora, podemos dizer que Vênus é vulcanicamente ativo no presente, no sentido de que há pelo menos algumas erupções a cada ano", disse.

O autor observou ainda a importância que missões futuras vão ter para estudos do vulcanismo no planeta. “Podemos esperar que as missões futuras a Vênus observem novos fluxos vulcânicos que ocorreram desde o fim da missão Magellan, há três décadas, e devemos ver alguma atividade ocorrendo enquanto as duas futuras missões orbitais estão coletando imagens”, finalizou.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Science.

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Fonte: Science; Via: NASA, UAF