Empresa canadense quer lançar frota de satélites que rastreiam lixo espacial
Por Wyllian Torres | Editado por Patricia Gnipper | 12 de Março de 2021 às 17h40
A empresa canadense NorthStar Earth and Space, localizada em Montreal, pretende lançar em 2022 a primeira frota comercial de satélites que serão rastreadores de lixo especial, em especial aqueles detritos potencialmente perigosos. Atualmente, esse trabalho é feito a partir de radares no solo terrestre. O novo satélite, chamado Skylark, garantiria cerca de 80% a 90% a mais em quantidade de previsões de colisões orbitais.
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Atualmente, três satélites estão em construção para uma rede que pretende alcançar um total de 52 desses objetos. O lixo espacial é um problema cada vez mais recorrente e, segundo a NASA, "representa um risco de segurança para pessoas e propriedades no espaço e na Terra". O Skylark, construído pela empresa Thales Alenia Space, com sede na França, é relativamente pequeno e pesa cerca de 99,7 kg — munido de um telescópio e pequenos propulsores. Até o momento, a NorthStar já arrecadou cerca de U$ 65 milhões para iniciar o programa, sendo que parte desse financiamento vem do governo canadense.
Segundo Stewart Bain, co-fundador e CEO da NorthStar: “não podemos nos dar ao luxo de ter acidentes significativos no espaço, pois estamos observando empresas como a SpaceX e a OneWeb lançar milhares de novos satélites”. E acrescenta: “nós simplesmente não podemos atrasar mais isso".
O objetivo é que cada plataforma da rede baseada no espaço tenha uma estrutura computacional que dê conta de processar dados e extrair informações significativas sem que antes sejam enviadas para a Terra. Boa parte das redes de satélites, baseadas nos EUA, têm apenas dados sobre a localização, mas precisam dos dados fornecidos pelo exército para fazer ajustes automáticos em suas rotas de voos — para evitar uma colisão —, e essa dependência produz atrasos.
Para Moriba Jah, professor associado da Universidade do Texas, que também trabalhou como assessor técnico para a NorthStar, a NASA, ESA e outras agências espaciais ao redor do mundo não tem tanto conhecimento sobre os detritos espaciais, ainda que monitorem esse perigo orbital constantemente. Dados baseados com essa rede de satélites no espaço podem mudar isso.
Fonte: Space Daily