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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (23/10 a 29/10/2021)

Por| Editado por Patricia Gnipper | 30 de Outubro de 2021 às 11h00

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H. Trottier/J. Chumack/M. Heydari-Malayeri et al., ESA, NASA
H. Trottier/J. Chumack/M. Heydari-Malayeri et al., ESA, NASA
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Neste domingo (31), alguns países celebram o Halloween. Apesar de a festa ser conhecida popularmente pelas brincadeiras e trajes "assustadores", a data tem uma origem diferente: no passado, o Halloween era comemorado como o dia entre os equinócios e solstícios e, assim, o dia 31 de outubro fica mais ou menos entre o equinócio de outono do hemisfério norte, ocorrido em setembro, e o solstício de inverno, em dezembro. Aproveitando o clima da data, os destaques da NASA nesta semana incluem vários objetos astronômicos que lembram o tema.

Por isso, você encontrará nebulosas coloridas e fantasmagóricas, sendo que uma delas até lembra a forma de um morcego. Há, ainda, uma que parece ter olhos de fantasma, o que ajudou a inspirar um apelido bastante adequado. Claro que as imagens selecionadas não se restringem somente ao Halloween e incluem também algumas variedades, como uma visualização 3D do asteroide Bennu, a nossa galáxia alinhada com uma estrada em um belíssimo registro feito nos Estados Unidos e até um vídeo da rotação de Júpiter.

Confira a seleção da semana que a NASA preparou no site Astronomy Picture of the Day:

Sábado (23) — Asteroide Bennu em 3D

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Se você tiver óculos 3D em mãos, poderá observar o asteroide Bennu em uma versão tridimensional. Esta imagem do asteroide foi feita a partir de imagens do instrumento PolyCam, presente na sonda OSIRIS-REx, lançada em 2016 e que alcançou Bennu em 2018. O registro acima foi feito durante um sobrevoo em que a sonda passou pelo asteroide a aproximadamente 80 km de sua superfície. Já em outubro de 2020, a OSIRIS-REx se aproximou da superfície da rocha e executou a manobra TAG (a sigla em inglês para "touch and go"). Tudo correu bem e foi possível obter um material de grande interesse científico.

É que Bennu é um fragmento que restou da formação do Sistema Solar e, como seguiu viajando solitário no espaço, ele provavelmente tem minerais bem preservados em seu interior — e estudá-lo pode ajudar os cientistas a saber mais sobre o passado da nossa vizinhança; quem sabe até sobre a origem da vida em nosso planeta. Agora, a sonda segue viagem para a Terra levando consigo os materiais que obteve, e deverá deixar a cápsula com as amostras em setembro de 2023.

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Domingo (24) — Nebulosa Cabeça de Fantasma

Para entrar no clima do Halloween, nada melhor do que um objeto fantasmagórico como a nebulosa Cabeça de Fantasma, que aparece na imagem acima e leva seu nome por causa de duas regiões esbranquiçadas, lembrando olhos de um fantasma. A A1, do lado oeste, tem uma bolha em seu centro formada pela estrela jovem e massiva em seu interior. Já a A2, o “olho” do lado leste, possui algumas estrelas jovens em um aglomerado recém-formado, que estão escondidas pela nuvem de poeira que as formou.

Como a radiação estelar não dissipou a nuvem, os astrônomos acreditam que os dois conjuntos de estrelas se formaram nos últimos 10 mil anos. Além disso, a presença das estrelas é uma das principais responsáveis pela cor da nebulosa. O verde se deve às emissões de oxigênio dominantes na parte oeste, vindas de uma estrela fora dela; já a cor vermelha, do restante da nebulosa, é o resultado da ionização do hidrogênio. Como o hidrogênio e o oxigênio na região central estão ionizados, surge uma cor amarela clara.

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Segunda-feira (25) — Estrada à Via Láctea

Essa bela foto mostra a famosa estrada Route 163, nos Estados Unidos, enquanto as formações geológicas da Reserva Nacional de Navajo aparecem no horizonte com a Via Láctea brilhando acima. Além dos bilhões de estrelas brilhando, os filamentos de poeira da nossa galáxia aparecem, escurecendo o céu. Para conseguir essa foto, o fotógrafo precisou de várias horas de planejamento somadas a um dia de viagem de carro, mas o esforço valeu a pena. Ele afirma que o céu estava limpo, brilhando tanto que ele mal precisou de uma lanterna.

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Para conseguir esse alinhamento da Via Láctea com o fim da rodovia, ele fotografou o primeiro plano na “hora azul”, que ocorre após o pôr do Sol, e fez outro registro depois da meia-noite para capturar nossa galáxia alinhada. Além da faixa da Via Láctea, há ainda alguns objetos interessantes: um deles é a nebulosa Laguna, que aparece um pouco acima do centro da imagem. Acima dela, está a nebulosa Trífida, que tem esse nome por unir um aglomerado estelar aberto e uma nebulosa de reflexão, emissão e uma escura.

Terça-feira (26) — Júpiter em movimento

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O maior planeta do Sistema Solar leva 10 horas para completar uma volta em seu próprio eixo, mas o vídeo acima mostra este processo acontecendo em pouco mais de 1 minuto. No vídeo, conseguimos observar algumas características da atmosfera de Júpiter, como cinturões escuros e zonas mais claras — aliás, se você observá-la cuidadosamente, perceberá que as diferentes camadas de nuvens do planeta giram em velocidades levemente diferentes. Como o hidrogênio e hélio são gases sem cores e, estranhamente, são os que mais estão presentes na atmosfera joviana, os astrônomos seguem tentando entender o que explica os tons das nuvens em Júpiter.

A Grande Mancha Vermelha, que é a imensa tempestade do planeta, demora um pouco para aparecer, mas logo pode ser vista com seu tom característico de vermelho. Esta tempestade é formada por materiais vindos do interior de Júpiter e, se você pudesse vê-la na lateral, encontraria uma estrutura parecida com a de um bolo de casamento, com nuvens altas ao centro descendo pelas camadas mais externas. Este vídeo foi feito com imagens capturadas por um telescópio médio na sacada de um apartamento em Paris, na França, ao longo de cinco noites.

Quarta-feira (27) — Nebulosa Morcego

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A cerca de 2.100 anos-luz de nós, fica a nebulosa do Véu, que nada mais é do que a parte visível do Laço do Cisne. Este é um remanescente de supernova que se formou há aproximadamente 10 mil anos após a morte de uma estrela massiva. A estrela tinha 20 vezes a massa do Sol e chegou ao fim de sua vida em uma explosão energética que, apesar de violenta, esculpiu a estrutura delicada e colorida dos gases ionizados que formam este véu cósmico. Na imagem acima, você vê uma parte dela, cuja forma inspirou o apelido "nebulosa do Morcego”.

Esta nebulosa se estende por 12 anos-luz, o que significa que seu tamanho aparente é parecido com o da Lua. Esta imagem foi feita com filtros de banda curta, que nos dizem um pouco sobre a composição do Morcego: as emissões dos átomos de hidrogênio do remanescente aparecem em vermelho, enquanto os tons azulados vêm dos átomos de oxigênio. A foto é um mosaico, que combina imagens feitas ao longo de oito noites durante o mês de agosto.

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Quinta-feira (28) — O Fantasma de Mirach

Aqui, temos mais um “fantasma cósmico”. Trata-se da galáxia conhecida como “Fantasma de Mirach”, uma galáxia de brilho difuso que aparece pertinho da estrela Mirach, presente no centro desta imagem. Também chamada “Beta Andromedae”, esta estrela tem entre três e quatro massas solares e 100 vezes o diâmetro do Sol, brilhando com 2.000 vezes a energia do nosso astro. Ela está na etapa de gigante vermelha, ou seja, expandiu suas camadas mais externas conforme se aproxima do fim de sua vida. Mirach é uma estrela importante para observadores do céu noturno, porque funciona como uma referência para encontrar as galáxias Andrômeda, Triângulo e, claro, a Fantasma.

A galáxia Fantasma de Mirach (NGC 404) é classificada como lenticular anã e é um pouco menor e mais luminosa que a Pequena Nuvem de Magalhães. Ao contrário de outras galáxias primordiais, ela é rica em hidrogênio neutro e tem regiões de formação estelar tanto em seu centro quanto nas partes mais externas. A má notícia para quem tenta observá-la é que, como ela fica bem na linha de visão de estrela Mirach, acaba ofuscada pelo brilho da estrela.

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Sexta-feira (29) — Fantasmas na constelação Cefeu

Esta imagem nos traz diferentes objetos presentes na direção da constelação de Cepheus, o Cefeu. Um deles é a nebulosa Íris, que aparece próxima do centro da imagem e conta com várias nuvens de poeira cercando uma estrela jovem e quente. O brilho azulado vem da luz estelar refletida pelos grãos de poeira, enquanto os filamentos centrais parecem ter um brilho avermelhado graças a uma interação curiosa: alguns dos grãos conseguem converter a luz ultravioleta emitida pela estrela em luz vermelha visível.

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No lado direito da imagem, encontramos algumas nuvens fantasmagóricas próximas de um complexo de nuvens moleculares. Elas estão acompanhadas pela “nebulosa Fantasma” (Sh2-136, VdB 141), localizada na parte inferior da foto — observe a forma dela e você entenderá o porquê do apelido. Esta é uma nebulosa de reflexão que parece mostrar alguns sinais de núcleos densos colapsando ao longo das etapas iniciais de formação estelar. Se você observar o canto inferior direito da nebulosa, encontrará uma protoestrela em formação, cujo material produz jatos em forma de V.

Fonte: APOD