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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (03/05 a 08/05/2020)

Por| 09 de Maio de 2020 às 11h00

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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (03/05 a 08/05/2020)
Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (03/05 a 08/05/2020)
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Desde 1995, diariamente a NASA destaca uma imagem astronômica em um site chamado Astronomy Picture of the Day (APOD). Geralmente, é uma foto de algum objeto cósmico - galáxias, estrelas, cometas, nebulosas, entre outros -, com a explicação de um astrônomo profissional sobre ela. Às vezes, o destaque traz um vídeo, uma arte digital, um infográfico, ou registro de algum evento do passado.

As imagens não foram necessariamente criadas no mesmo dia em que são publicadas no APOD. Em algumas ocasiões, a NASA decide mostrar algo um pouco mais antigo, ou homenagear uma imagem mais clássica. Nesta semana, por exemplo, o site trouxe a mensagem de Arecibo, uma imagem enviada ao espaço em 1974. Não é uma fotografia astronômica, mas é uma curiosidade bem legal, daquelas coisas que sempre devem ser relembradas.

O APOD é uma excelente fonte de informação sobre o espaço e, por isso, o Canaltech criou esta coluna semanal, que estreia hoje. Todos os sábados, você encontrará aqui as imagens publicadas pela NASA de domingo a sexta-feira, com algumas explicações e curiosidades sobre os objetos e eventos em destaque.

Vamos começar?

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Domingo (03/05) - mensagem aos aliens

No final de abril, pessoas do mundo inteiro se surpreenderam com a notícia de que a Marinha dos Estados Unidos divulgou oficialmente vídeos de OVNIs gravados há alguns anos, e o assunto acabou se tornando um dos mais comentados nas redes sociais. Afinal, tivemos mesmo algum contato com seres alienígenas em nosso próprio planeta? Ou aqueles objetos voadores não identificados teriam outra explicação?

Bem, não foi dessa vez que pudemos ter prova de um contato real, mas a humanidade está tentando se comunicar com outras civilizações há um bom tempo. A NASA relembrou, no último domingo (3), a mensagem de Arecibo, que foi enviada em 16 de novembro 1974 ao espaço com informações sobre o planeta Terra e a civilização humana.

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O envio foi realizado pelo SETI com o uso do radiotelescópio porto-riquenho Arecibo. A mensagem em si era uma série de 1 e 0 que, decodificada, forma a imagem acima. Algumas alterações foram efetuadas no transmissor do radiotelescópio para que os sinais fossem transmitidos com até 20 terawatts de potência e, para inaugurar o equipamento, a mensagem foi direcionada para Grande Aglomerado Globular de Hércules (ou M 13), que está a aproximadamente 25.000 anos-luz de distância, e possui cerca de 300.000 estrelas.

Os 1679 impulsos de código binário levaram três minutos para serem transmitidos na frequência de 2380 MHz. Mesmo que alguém, em algum lugar no extenso aglomerado receba a mensagem, nós teríamos que esperar quase 50.000 anos para ouvir uma resposta. Quanto à imagem em si, há números de um a dez, átomos incluindo hidrogênio e carbono, algumas moléculas, o DNA humano, conceitos básicos de nosso Sistema Solar e conceitos básicos do telescópio emissor.

Segunda-feira (04/05) - abordando a Terra

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No mês passado, a BepiColombo, sonda desenvolvida pela agência espacial europeia ESA com a japonesa JAXA, se aproximou pela última vez da Terra antes de continuar sua jornada rumo ao planeta Mercúrio. Durante este sobrevoo, a uma distância de 12.700 km, o centro de controle da missão conduziu uma manobra para que a nave utilizasse a gravidade terrestre, pegando assim um “empurrãozinho” e economizando combustível.

Sem perder a oportunidade, a BepiColombo fotografou nosso planeta brilhando na escuridão. A Terra pode ser vista girando quando parece se aproximar por trás da antena da nave (na verdade, é a nave quem está se aproximando). O vídeo é curto, mas, durante estes 5 segundos acelerados se passaram, na verdade, quase 10 horas. A Terra é tão brilhante na imagem que nenhuma estrela de fundo é visível.

A chegada da BepiColombo à órbita de Mercúrio está prevista para 2025. Se tudo der certo, ela coletará imagens e dados da superfície e do campo magnético do planeta para entendermos melhor a origem do nosso Sistema Solar.

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Terça-feira (05/05) - nebulosas no céu goiano

A imagem do dia 5 de maio foi uma fotografia do céu noturno de Padre Bernardo, cidade no interior de Goiás. Para obter uma imagem como essa, o fotógrafo Carlos Kiko Fairbairn precisou de um local muito escuro e de seis exposições consecutivas. Também contou com um pouco de sorte, já que havia muitas nuvens - algumas delas ainda aparecem na fotografia.

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Logo acima da árvore está a Nebulosa Carina, uma das poucas nebulosas visíveis a olho nu. A Grande Nebulosa de Carina, catalogada como NGC 3372, tem uma estrela extremamente variável chamada Eta Carinae, que às vezes é uma das estrelas mais brilhantes do céu. Mais acima, está o objeto IC 2944, que é conhecido como “Nebulosa da Galinha Correndo”. Ela contém impressionantes nós escuros de poeira.

Acima dessas nebulosas de emissão vermelhas estão as estrelas do Cruzeiro do Sul, uma das constelações mais facilmente reconhecíveis e famosa por ser bastante utilizada no hemisfério sul para orientar os marujos em alto-mar. Já no canto superior esquerdo da imagem está a “Nebulosa do Saco de Carvão”, uma nebulosa escura que ganhou este nome por parecer uma mancha escura no céu.

Quarta-feira (06/05) - cavidade estelar

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Este é o objeto conhecido como LDN 1471 e a imagem foi capturada pelo Telescópio Espacial Hubble. Trata-se de uma espécie de cavidade iluminada, formada por uma estrela “recém-nascida” - podemos ver a estrela bem na ponta da forma circular. Ela emite um fluxo de ventos estelares que interage com o material na Nuvem Molecular de Perseu, fazendo com que ele se ilumine.

O outro lado da cavidade está escondido por poeira escura, então não podemos ver nada ali. É o vento estelar soprando ao longo do tempo que descreve a parábola. Em ambos os lados da protoestrela, podemos ver também estruturas conhecidas como Objetos de Herbig-Haro, que são pequenas áreas de nebulosidade formadas quando o gás ejetado pelas estrelas recém-nascidas colide com nuvens de gás próximas a velocidades de alguns milhares de km/s. Entretanto, as “estrias” nas paredes da cavidade ainda é um mistério para os astrônomos.

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Quinta-feira (07/05) - analema lunar

Na astronomia, analema é o termo usado para se referir a um gráfico das posições do Sol quando você o observa - ou, preferencialmente, fotografa - a partir de um determinado lugar na Terra, sempre à mesma hora, durante todos os dias de um ano. O resultado será algo parecido com o número 8, ou o símbolo do infinito.

Obter um analema da Lua é um pouco diferente, pois o satélite natural da Terra volta à mesma posição no céu cerca de 50 minutos e 29 segundos depois a cada dia. Então, fotografe a Lua 50 minutos e 29 segundos depois em dias sucessivos. Durante um mês lunar, ela traçará uma curva semelhante a um analema, à medida que a posição real da Lua é alterada devido à sua órbita inclinada e elíptica.

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Para criar esta imagem de um analema lunar, o astrônomo Gyorgy Soponyai escolheu o mês lunar de 26 de março a 18 de abril, e fotografou em um local perto de Mogyoród, na Hungria. Na imagem, faltam algumas fases crescentes da Lua, que são muito finas e fracas para serem capturadas.

Sexta-feira (08/05) - o cometa SWAN se aproxima

O cometa SWAN foi descoberto em março por um astrônomo amador chamado Michael Mattiazzo, e pode ser visto da Terra se você tiver um telescópio ou um par de binóculos 15x70. Ele já protagonizou o APOD antes, com uma fotografia de Gerald Rhemann.

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Agora, ele volta a exibir sua longa cauda azulada em uma imagem belíssima do astrofotógrafo Damian Peach, capturada em 2 de maio. O coma esverdeado do cometa estava a cerca de 6 minutos-luz da Terra - ou seja, a distância percorrida pela luz em um minuto, no vácuo, o que equivale a 17.987.547,5 km.

Ao fundo, está um campo estelar que fica perto da fronteira das constelações Cetus e Aquarius. De acordo com a NASA, o SWAN agora está se tornando visível a olho nu, fará sua maior aproximação da Terra em 12 de maio e alcançará o periélio (ponto mais próximo do Sol) em 27 de maio.

Fonte: APOD