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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (02/10 a 08/10/2021)

Por| Editado por Patricia Gnipper | 09 de Outubro de 2021 às 11h00

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J. Saukkonen/NASA, ESA/W. Ostling/R. Sartori
J. Saukkonen/NASA, ESA/W. Ostling/R. Sartori
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Preparado para começar seu fim de semana com belas imagens astronômicas? A seleção de fotos desta semana está bem variada! Você encontrará um registro do céu noturno feito na cidade de Cascavel, no Paraná, que impressiona por si só com os detalhes da Via Láctea que foram registrados, mas, se você observá-la atentamente, irá encontrar um planeta vizinho da Terra e até um fenômeno luminoso interessante, chamado de "luz zodiacal". Por outro lado, caso você nunca tenha viajado ao polo sul e queira saber como seria ver o Sol nascendo por lá, outra foto da seleção te ajudará nesta dúvida.

Claro que as imagens de objetos astronômicos não poderiam ficar de fora e, por isso, você encontrará galáxias que parecem estar envolvidas em uma dança, e não se esqueça de fazer uma "visita", mesmo que virtual, a algumas nebulosas coloridas e brilhantes, além de um aglomerado estelar formado por estrelas jovens e quentes.

Vamos lá?

Sábado (2) — A noite em Cascavel  

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Essa bela foto foi feita na cidade de Cascavel, no Paraná, através de uma série de exposições. Um dos objetos que mais chama a atenção devido ao seu brilho é Vênus, que aparece na parte direita da imagem. Este planeta, que leva o nome da deusa do amor na mitologia romana, é considerado o terceiro objeto mais brilhante do céu, perdendo apenas para o Sol e a Lua. Isso acontece por causa de alguns fatores: além de estar mais próximo de nós, o planeta tem sua atmosfera preenchida por nuvens altamente refletivas, que têm gotas de ácido sulfúrico e cristais suspensos em uma mistura de gases.

Perceba que o planeta parece estar imerso em um cone luminoso. Esse cone é chamado de “luz zodiacal”, e vem da dispersão da luz solar em partículas de poeira. O cone se estende em direção ao bojo da Via Láctea, uma região esférica presente em várias galáxias espirais; em seu centro, há um grupo esférico formado por milhões de estrelas. Ainda não se sabe exatamente como esse bojo se formou e vários estudos sugerem que a região é o resultado de um processo longo, originado do nascimento de várias estrelas.

Por fim, se você acompanhar o olhar pelo centro da Via Láctea e seguir observando a foto em direção ao horizonte, encontrará o sistema estelar mais próximo do Sol. Trata-se de Alpha Centauri, formado por um par de estrelas que fica a apenas 4,3 anos-luz do nosso astro.

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Domingo (3) —  O Princípio Holográfico

Certo, temos um retângulo bidimensional colorido na foto acima. Há quem estime que o máximo de informações que podem ser contidas nessa imagem bidimensional chegaria a 768.000 bits, mas, por outro lado, o Princípio Holográfico estima que a informação em um painel bidimensional pode incluir tudo aquilo que caberia em um espaço tridimensional que possa ser envolvido pelo painel, por mais estranho e contraditório que isso possa parecer.

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Esse princípio vem da ideia de que o comprimento de Planck, uma escala em que a mecânica quântica começa a dominar a gravidade clássica, é das partes da ideia que explica que um lado de uma área pode conter somente 1 bit de infromação. Já o nome "holográfico" se deve à uma analogia com os hologramas, que propõe que imagens tridimensionais são criadas a partir da projeção da luz em uma tela plana.

Segunda-feira (4) — Dança galáctica

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Já imaginou como seriam duas galáxias envolvidas em uma dança cósmica de gato e rato? Pois é exatamente o que aparece na imagem acima, feita pelo telescópio espacial Hubble — mas, neste caso, seria mais adequado dizer que há dois "ratos" nas imagens, já que este é o apelido do par de galáxias. O nome simpático se deve a essas formas alongadas que parecem se projetar para fora delas, e que lembram a cauda dos ratinhos, com a diferença de que essas "caudas" cósmicas são formadas por estrelas e gases vindos de cada uma das galáxias.

Brincadeiras à parte, simulações computacionais realizadas por astrônomos mostram que chegará um momento em que as galáxias NGC 4676 vão se fundir em uma única e gigantesca galáxia, do tipo elíptica. Quando isso acontecer, as estrelas, gases e grupos luminosos de estrelas presentes nas caudas delas poderão ter dois destinos: ou elas vão voltar para as galáxias ou irão ficar no halo da galáxia elíptica recém-formada, orbitando-a. O futuro da galáxia do Rato também nos diz um pouco sobre o que poderá acontecer com a Via Láctea quando colidir com a galáxia Andrômeda, nossa maior vizinha, em alguns bilhões de anos.

Terça-feira (5) — O nascer do Sol no polo sul   

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Essa foto acima mostra o Sol nascendo sobre o horizonte de uma paisagem congelada, típica do polo sul da Terra — mas vale lembrar que o polo sul magnético fica a alguns metros à esquerda da torre de comunicação que aparece na imagem. Observar o Sol nascendo nessa região é uma experiência diferente, porque marca uma mudança importante por lá. Graças à inclinação do nosso planeta, os habitantes do polo sul podem aproveitar meses de luz solar, que depois vão dar lugar a meses de escuridão e assim por diante. Além disso, há um efeito curioso nessa foto, causado pela atmosfera terrestre, que nos permite ver o Sol nascendo um pouco antes.

Apesar de o Sol estar visível, o que vemos é uma imagem da nossa estrela que aparece antes de ela ficar naquela posição devido a um efeito de lente. Isso acontece porque, como a luz do Sol vem do vácuo do espaço e atravessa a atmosfera, ocorre uma pequena mudança em sua velocidade e, como resultado, essa luz acaba distorcida e faz com que nosso astro seja visto no céu antes mesmo de ter nascido — e, nesse caso, o Sol apareceu duas semanas antes!

Por fim, outro efeito da luz solar interagindo com a atmosfera aparece um pouco acima do Sol, em um brilho esverdeado, causado pelas camadas da atmosfera atuando como um prisma e refratando a luz. Esse efeito é breve e pode ser visto apenas em alguns lugares.

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Quarta-feira (6) — Nuvens de poeira em Orion 

Aqui, temos o objeto M43, também conhecido como Complexo de Nuvens Moleculares de Orion ou, se preferir, apenas "Complexo de Orion". Esta é uma região de formação estelar que tem duas nuvens moleculares gigantes — são elas que abrigam as estrelas em formação. Essa é uma das regiões em que há estrelas se formando ativamente mais perto de nós, e que pode até ser vista no céu noturno. Perceba que há vários caminhos escuros que parecem atravessar a nebulosa; embora pareçam ser poeira escura, essas estruturas são simplesmente hidrogênio gasoso e brilhante.

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A M43 não está sozinha, já que tem a nebulosa M42 como vizinha. Também chamada de "Nebulosa de Orion", esta é uma estrutura que fica a cerca de 1.500 anos-luz de nós e, como é bem brilhante, pode ser vista a olho nu um pouco abaixo do "cinturão" da constelação de Orion. Além das grandes nuvens de gás e poeira que a formam, essa nebulosa abriga, em seu interior, quatro estrelas jovens e massivas que são conhecidas como "o Trapézio" devido à posição; todos os membros desse quarteto cósmico nasceram juntos, neste berçário estelar.

Quinta-feira (7) — Uma dupla de nebulosas  

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Além das várias estrelas dessa imagem, há dois objetos nela que chamam nossa atenção — e um deles é a Nebulosa da Laguna (M8), que se destaca com sua forma difusa e suas cores. Essa nebulosa tem tamanho equivalente a cerca de três vezes o tamanho de uma Lua cheia. Ela fica a cerca de 5.000 anos-luz de nós e é considerada uma nebulosa de emissão, formada principalmente por hidrogênio; grande parte do gás foi ionizada (ou seja, aquecida) pela radiação de uma estrela próxima. A estrela em questão é a Herschel 36, conhecida por ser massiva. Aliás, se você estiver em um lugar longe da poluição luminosa, poderá conseguir observá-la no céu noturno usando um par de binóculos ou até a olho nu, se realmente não tiver outras luzes interferindo.

O outro objeto que temos aqui é a nebulosa NGC 6559, uma nuvem de poeira que mede apenas 7 anos-luz de extensão e aparece pertinho da nuvem. Ela faz parte da região de formação de estrelas na constelação de Sagitário, e a quem a chame de "Dragão Chinês" devido à sua forma — só que o "corpo" desse dragão é formado por poeira fria que absorve a radiação do fundo, vinda do hidrogênio gasoso e brilhante. Essas nuvens nos mostram bem como as gerações passadas de estrelas dispersam elementos mais pesados na galáxia, espalhando materiais que vão dar origem a novas gerações estelares e, quem sabe, sistemas planetários.

Sexta-feira (8) — Um aglomerado estelar aberto

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A constelação de Perseus guarda essa bela região com várias estrelas, que se expande por um espaço equivalente ao de três luas cheias. É ali que ficam os aglomerados estelares abertos h e Chi Persei, catalogados como NGC 869 e NGC 884. Esses aglomerados são um grupo de estrelas que se mantêm unidas entre si através da gravidade, mas a má notícia é que as interações gravitacionais entre as estrelas existentes por lá não são fortes o suficiente para segurá-las caso surja alguma força mais intensa.

Por isso, esses aglomerados não devem ter uma vida muito longa, mas enquanto isso não acontecem, podem ser observados através de telescópios e binóculos. Se você tentar vê-los a olho nu, acabará enxergando somente uma área luminosa e difusa. Essa dupla fica a aproximadamente 7.500 anos-luz de nós e, em seu interior, guardam centenas de estrelas quentes e jovens, que estão brilhando a todo vapor e, por isso, fazem com que os aglomerados tenham magnitudes aparentes de 5,3 e 6,1 no céu noturno.

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Fonte: APOD