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Hubble tira foto impressionante de galáxia gigante e misteriosa

Por| 08 de Janeiro de 2020 às 17h15

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NASA, ESA and B. Holwerda (University of Louisville)
NASA, ESA and B. Holwerda (University of Louisville)
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O Telescópio Espacial Hubble capturou uma nova imagem impressionante da UGC 2885, uma galáxia espiral localizada a cerca de 232 milhões de anos-luz de distância, na constelação de Perseus. Também conhecida como LEDA 14030, ela é 2,5 vezes maior que a Via Láctea e contém 10 vezes mais estrelas.

A NASA comentou que a UGC 2885 pode ganhar o apelido de "galáxia Godzilla". É que ela é uma séria candidata a ser considerada a maior galáxia conhecida no chamado grupo local do universo, ou seja, na nossa vizinhança — em escalas cósmicas, é claro.

Uma galáxia tranquila

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Ela se parece muito com a nossa Via Láctea - só que bem maior. Porém, ao contrário da nossa galáxia, que ainda está formando muitas novas estrelas, a UGB 2885 está um tanto adormecida. A taxa de nascimento das estrelas por lá é metade da que temos por aqui; ou seja, ela é considerada uma galáxia calma, e está assim por bilhões de anos, alimentando-se do gás fino que há no espaço intergalático.

Esse gás, que é basicamente composto por hidrogênio, alimenta o nascimento modesto e contínuo de estrelas. Seu buraco negro central supermassivo também é um gigante adormecido por conta da pouca quantidade de gás para alimentá-lo. A galáxia também não está se alimentando de galáxias satélites muito menores, e por isso permanece um tanto inativa.

Outro apelido da UGC 2885 é “Galáxia de Rubin”, em homenagem à astrônoma Vera Rubin. Foi ela quem mediu o tamanho e a rotação desta galáxia, em 1980, um trabalho que ajudou a trazer evidências sobre a existência da matéria escura.

Por que tão grande?

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Mas como essa galáxia ficou tão grande? Essa é a pergunta que os cientistas tentam responder. Durante reunião da Sociedade Astronômica Americana, realizada em Honolulu, no Havaí, o astrônomo Benne Holwerda, que fez as novas observações da galáxia com o Hubble, disse que ela é “tão grande quanto você pode fazer uma galáxia de disco sem atingir mais nada no espaço". No entanto, “Como ficou tão grande é algo que ainda não sabemos”, afirmou.

A UGC 2885 é um tanto isolada no espaço, e esse isolamento pode fornecer uma pista para sua forma. Quando uma galáxia interage com uma galáxia satélite menor, ela normalmente sofre deformações. Uma vez que a UGC 2885 está sozinha, ela é capaz de manter seu formato espiral imaculado, com a estrutura dos braços e do disco quase perfeita.

Os mistérios não param por aí. A galáxia também é uma espiral barrada, e isso intriga os astrônomos. É que, até então, acreditava-se que a barra nas galáxias espirais era resultado de interações gravitacionais com galáxias vizinhas, mas não há nenhuma nas proximidades da UGC 2885. A barra de uma galáxia espiral é a faixa central de estrelas brilhantes que se estende de um lado a outro.

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Futuras observações

Holwerda e outros astrônomos da sua equipe estão examinando o halo da galáxia e contando os aglomerados globulares de estrelas. Se eles encontrarem um número excessivo de aglomerados desse tipo por ali, será uma evidência de que, durante bilhões de anos, galáxias menores caíram na Galáxia de Rubin.

Para responder as perguntas, o Telescópio Espacial James Webb, da NASA, poderá ser usado na exploração do centro dessa galáxia. Além dele, o telescópio espacial WFIRST poderá fornecer fornecer informações completas da população de aglomerados da UGC 2885.

De acordo com Holwerda, "a capacidade de infravermelho dos dois telescópios espaciais nos daria uma visão mais desimpedida das populações estelares subjacentes". Ambos serão lançados nos próximos anos - o James Webb está previsto para 2021, enquanto o WFIRST está programado para 2025.

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Fonte: NASA