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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (02/07 a 08/07/2022)

Por| Editado por Rafael Rigues | 09 de Julho de 2022 às 11h00

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G. Ferrari/ESA/Hubble,NASA, S. Jha/J. Lodge/MRO, LPL, NASA
G. Ferrari/ESA/Hubble,NASA, S. Jha/J. Lodge/MRO, LPL, NASA

Preparado para mais um compilado de fotos astronômicas? Nesta semana, as imagens destacadas no site Astronomy Picture of the Day estão bastante variadas: você poderá conferir uma sequência de analemas que mostram as mudanças na posição do Sol — e o mais bacana é que a foto foi feita com uma técnica bem simples, mas que trouxe um resultado incrível.

Outro destaque fica por conta da Lua, fotografada no céu da Itália. Claro que há outros objetos cósmicos belíssimos por aqui, como um complexo de nebulosas e até uma lente gravitacional, que deixou uma galáxia com aparência "derretida".

Confira:

Sábado (02) — Analemas em um ano

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Esta sequência de analemas (o nome dado a um padrão em formato do número 8, formado pelas mudanças da posição do Sol) foi fotografada ao longo de um ano em Proboszczow, um vilarejo na Polônia. Além da beleza, a foto fica ainda mais fascinante se pensarmos que ela não foi produzida com exposições digitais, mas sim com a chamada técnica da “solargrafia”.

Com este método, as fotos são feitas com uma câmera pinhole, ou seja, uma câmara escura com uma pequena abertura e papel fotográfico. A ideia é que a câmera capture exposições ao longo do ano, que mostram as variações do movimento do Sol. No caso desta foto, os três analemas foram formados por breves exposições diárias do papel fotográfico, realizadas sempre às 11h, 12h e 13h no horário local.

Já as linhas pontilhadas nas laterais mostram rastros parciais do Sol, capturados através de exposições diárias feitas a cada 15 minutos. Por fim, podemos considerar a parte superior dos três analemas centrais como a ocorrência do solstício de verão no hemisfério norte, marcando o início do verão por lá e o inverno no hemisfério sul.

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Domingo (03) — Fobos

Aqui está Fobos, uma das luas de Marte (a outra é Deimos), fotografada pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter. Fobos é o maior satélite natural do nosso vizinho e o orbita três vezes ao dia bem de pertinho — ela está tão próxima da superfície do planeta que não pode ser observada continuamente em alguns lugares por lá! Tanto Fobos quanto Deimos parecem ser formadas por rochas do tipo C, parecidas com asteroides condritos carbonáceos.

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Dados da missão Mars Global Surveyor mostram que a superfície desta lua fio atingida por uma série de impactos de meteoroides; alguns deles iniciaram deslizamentos que deixaram rastros escuros em Fobos, que marcam as encostas das grandes crateras em sua estrutura. Caso você esteja se perguntando sobre o formato curioso dela, saiba que a origem de Fobos é um mistério, mas há teorias que propõem que ela seja um asteroide capturado.

No momento, Fobos está se aproximando 1,8 m de Marte a cada século; por isso, em 50 milhões de anos, acontecerá algum dos seguintes cenários: ou essa lua irá colidir com o planeta, ou irá se desintegrar graças à ação da gravidade marciana. Se isso acontecer, ela criará uma espécie de anel de detritos rochosos ao redor do Planeta Vermelho.

Segunda-feira (04) — Superlua cheia de morango

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Se você perdeu a superlua que ocorreu em junho, este é o momento de conferi-la com toda sua beleza e brilho nesta sequência de fotos capturadas na Itália no dia após o fenômeno. De forma geral, podemos dizer que as superluas acontecem quando a Lua chega à fase cheia ou nova perto do perigeu, ou seja, o ponto em sua órbita elíptica em que fica mais próxima da Terra. Como a superlua realmente fica mais próxima de nós, ela pode aparentar ser um pouco maior do que realmente é.

Só que é importante lembrar que essa diferença é bastante discreta — tanto que, se fosse possível comparar a superlua com a Lua "normal" no céu, seria quase impossível perceber a diferença de tamanho entre ambas. Mas, caso você queira observar a Lua com tamanho aparente "grande", uma dica é procurá-la perto do horizonte, antes de nascer ou pôr do Sol, já que nossos cérebros a comparam com o tamanho de objetos em solo, como árvores e prédios, e exageram seu tamanho aparente.

Diferenças de tamanho à parte, nosso satélite natural aparece aqui nascendo em contraste com a Sela do Diabo, uma célebre montanha em terras italianas. Já a cor avermelhada do disco lunar se deve aos efeitos da atmosfera terrestre. Por fim, o nome "morango" é um apelido para a Lua cheia de junho, período da colheita dos morangos no hemisfério norte.

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Terça-feira (05) — Anel de Einstein

Aqui, temos um exemplo fascinante dos efeitos que a gravidade pode causar: a foto mostra GAL-CLUS-022058s, um dos maiores e mais completos anéis de Einstein já observados no universo. Estes anéis são formados por uma lente gravitacional, causada quando a luz de alguma estrela ou galáxia, por exemplo, encontra um objeto extremamente massivo em seu caminho em relação ao observador.

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Com isso, a luz do objeto ao fundo é distorcida pela gravidade daquilo que está entre sua origem e observador. No caso da foto, a luz da galáxia do fundo foi distorcida pelo aglomerado galáctico à frente, ficando com a forma curvada que vimos; esta forma inspirou o apelido "Anel Derretido". Já o alinhamento quase perfeito da galáxia de fundo em relação àquela no centro do aglomerado, no meio da foto, acabou distorcendo e ampliando a imagem daquela no fundo em um anel quase perfeito.

Além da beleza, as lentes gravitacionais são excelentes para os cientistas estudarem galáxias distantes e difusas demais para serem observadas "a olho nu". Com elas, é possível identificar objetos com massa planetária e até estelar, independentemente da luz que emitem.

Quarta-feira (06) — O movimento da Via Láctea

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As linhas no mapa acima te mostram a velocidade de aproximadamente 26 milhões de estrelas da Via Láctea, se aproximando ou se distanciando de nós: em azul, estão as partes do céu em que o movimento médio das estrelas ocorre em direção a nós; já em vermelho, vemos a regiões onde o movimento é na direção oposta. As linhas visíveis no mapa mostram o movimento das estrelas projetado no céu, indicando como a direção da velocidade delas varia de acordo com a latitude e longitude da galáxia.

O mapa foi produzido a partir de dados da missão Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA). Ela conta com um satélite que está produzindo o maior e mais preciso mapa tridimensional da Via Láctea, através de levantamentos de mais de 100 milhões de estrelas. Para isso, a Gaia vai monitorar cada um de seus alvos cerca de 70 vezes em cinco anos, para coletar dados da posição, distância, movimento e brilho.

Este grande "censo estelar" terá dados importantes para os astrônomos entenderem a origem, a estrutura e a evolução da nossa galáxia. O catálogo com os dados da Gaia poderá ajudar não somente nos estudos sobre o Sistema Solar e a Via Láctea, mas também na física fundamental por trás do universo.

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Quinta-feira (07) — O complexo de nebulosas NGC 6914

As cores e formas desta foto fazem parte de NGC 6914, um complexo de nebulosas de reflexão no coração da constelação Cygnus, o Cisne, a cerca de 6 mil anos-luz de nós. Como o nome indica, as nebulosas de reflexão brilham refletindo a luz de alguma estrela próxima em sua poeira, quase como acontece com a luz dos postes em noites de neblina. Normalmente, as nebulosas de reflexão são menos densas que as nebulosas escuras.

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Neste complexo, temos algumas nuvems de poeira interestelar escura, cuja silhueta se destaca. A luz ultravioleta vinda das estrelas de Cygnus OB2, uma associação estelar próxima, ioniza o hidrogênio gasoso da região, formando o brilho avermelhado que vimos. Estas estrelas também são responsáveis pela luz azulada refletida pelas nuvens de poeira.

A associação Cygnus OB2 abriga algumas das estrelas mais massivas e brilhantes que conhecemos. Ela fica em meio a Cygnus X, uma região de formação estelar ampla, considerada um dos objetos mais brilhantes (em comprimentos de ondas de rádio) que conhecemos atualmente.

Sexta-feira (08) — Rastros estelares

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Se você tiver uma câmera digital e um tripé em mãos, pode muito bem conseguir fotografar os rastros das estrelas (ou "star trails", em inglês) em longos arcos alongados, como aconteceu nesta foto feita na Sicília. Ao usar a técnica da longa exposição (aquela em que o obturador da câmera fica aberto por mais tempo, de modo que o sensor do equipamento recebe mais luz), a câmera registra o movimento da Terra em relação ao seu eixo, refletido nos rastros das estrelas.

Conforme a noite avança, vemos as estrelas se movendo pelo céu em função do movimento do nosso planeta, que completa uma volta em torno de si em aproximadamente 23 horas e 56 minutos; portanto, na nossa perspectiva de observação na Terra, é como se as estrelas completassem uma volta inteira no céu e voltasse ao mesmo lugar ao fim deste período, indo do leste a oeste. As estrelas próximas dos polos celestiais deixam rastros circulares menores, e aquelas mais próximas do equador formam círculos maiores.

No caso desta foto, a extensão do eixo de rotação da Terra aparece em direção ao canto superior esquerdo, bem no meio dos círculos dos rastros das estrelas. Já o brilho colorido que se estende da esquerda para a direita na foto, indo de norte a leste, é a faixa da Via Láctea, iluminada por bilhões de estrelas.

Fonte: APOD