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Descida do rover Perseverance em Marte rendeu uma coleta de dados incrível

Por| Editado por Patricia Gnipper | 05 de Abril de 2021 às 13h50

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech
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Durante a entrada da missão Mars 2020 na atmosfera de Marte, em 18 de fevereiro deste ano, o equipamento chamado Instrumentação de Entrada, Descida e Pouso em Marte 2 (MEDLI2) armazenou uma série de dados sobre este ambiente hostil, como a temperatura e pressão nesta etapa do pouso. Através de três sensores, o MEDLI2 foi capaz de medir também outras informações como cargas térmica e de pressão experimentadas durante a descida.

As medições realizadas pelo MDELI2 foram usadas para determinar o aquecimento e as forças atmosféricas que atingiram o protetor térmico e a concha posterior — esses dois componentes formam o aeroshell, responsável por proteger o rover Perseverance durante a longa viagem até o planeta Marte e também durante às altas temperaturas durante a entrada na atmosfera do planeta. O MDELI2 foi ligado cerca de 5 horas antes do momento que marcaria os famosos “7 minutos de terror”, verificando o funcionamento de todos os componentes eletrônicos e a temperatura deles antes da descida.

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O MDELI2 é feito de três tipos de sensores, que são: termopares, sensores de fluxo de calor e transdutores de pressão — responsáveis pelas medições de temperatura e pressão durante a descida. Além disso, outros componentes eletrônicos e hardware que registraram as cargas térmicas e de pressão.

Boa parte dessas peças foi montada no escudo térmico da Mars 2020 e, depois de 10 segundos do acionamento do paraquedas, o MDELI2 foi desligado pela última vez. “O escudo térmico separou-se de forma limpa do veículo de entrada do Mars 2020. O hardware MEDLI2 era claramente visível no escudo térmico quando ele caiu em direção à superfície de Marte. Bom trabalho!”, disse Henry Wright, gerente do projeto no Langley Research Center, da NASA.

Após três dias do pouso do rover Perseverance em solo marciano, a transmissão de todos os dados obtidos pela MEDLI2 para a Terra foi concluída e então iniciou-se a etapa seguinte do projeto — análise dos dados e a reconstrução de desempenho. O investigador principal da MEDLI2 no Ames Research Center, da NASA, Todd White, disse que os dados coletados também fornecem medições que serão usadas para determinar as propriedades da atmosfera pela qual o veículo de entrada voou. “Os dados devolvidos são fascinantes. É como ter uma visão panorâmica do que está acontecendo com o aeroshell enquanto ele voa pelos céus de Marte”, acrescentou Todd.

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A temperatura máxima medida no escudo protetor durante a descida foi cerca de 1.000 °C, conforme as previsões da equipe, e atingiu um pico de 1.400 °C na camada externa do protetor. Além disso, os sensores termopares foram usados para determinar o nível de isolamento térmico fornecido pelo escudo protetor. Outros dados como a pressão da superfície, e uma gama de outras medições de manutenção e temperatura de compensação de sensores científicos essenciais foram coletados.

A equipe MEDLI2 continuará analisando todas essas informações pelos próximos seis meses com o objetivo de refinar a compreensão sobre a atmosfera de Marte e as condições bem extremas durante a etapa de entrada — aprendizados valiosos para as missões futuras no planeta.

Fonte: NASA