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Entenda como o rover Mars 2020 tentará encontrar sinais de vida em Marte

Por| 18 de Dezembro de 2018 às 09h57

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A NASA enviará a Marte uma nova sonda dentro de dois anos. O robô Mars 2020 deve chegar ao Planeta Vermelho em 2021 com o objetivo de procurar por bioassinaturas na superfície marciana, especificamente em uma área onde acredita-se que, um dia, existiu o delta de um rio. Dessa maneira, a região é especialmente propícia para se encontrar possíveis rastros de vida marciana — caso isso tenha mesmo acontecido em um passado longínquo.

E cientistas explicam que pode ser mais fácil detectar sinais de vida muito antiga em Marte do que aqui na Terra. É que o robô estará buscando pistas de vida antiga datadas de mais ou menos 3,8 bilhões de anos, com Marte podendo apresentar uma melhor preservação nesse sentido. Já aqui na Terra, encontrar sinais de vida tão antiga assim é muito mais difícil devido aos processos dinâmicos que nosso planeta enfrenta, já que ainda é geologicamente ativo. Esses processos, então, acabam apagando vestígios de vida antiga — cenário que é bem diferente no Planeta Vermelho.

"Não acreditamos, por exemplo, que Marte tenha tido placas tectônicas da maneira que a Terra teve na maior parte de sua história. A maior parte do registo de rochas da Terra foi destruída por subducção sob a crosta oceânica. Mas até mesmo a rocha deixada na superfície é aquecida e espremida de formas que poderiam não acontecer em Marte. Então, paradoxalmente, pode ser que as rochas mais antigas de Marte estejam melhor preservadas do que as rochas mais jovens da Terra", explicou Ken Williford, cientista da NASA.
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Com a missão Mars 2020, os cientistas esperam que, se micróbios viveram dentro ou em torno desse provável antigo delta de rio em Marte, as assinaturas de sua existência ainda estejam retidas em sedimentos que podem, facilmente, ser perfurados hoje em dia. E um dos principais alvos da missão serão depósitos de carbonato, que "são um tipo de mineral que se precipita na água, e o que é realmente bom nesse processo é que, quando eles se precipitam, eles prendem tudo o que está na água; então, tudo o que viveu por lá pode ficar preso dentro do mineral", explica Briony Horgan, da Purdue University.

O rover, que é uma cópia aproximada do Curiosity, não coletará amostras e as trará de volta à Terra. Ele será capaz de perfurar o solo para que as amostras sejam deixadas pelo chão, com uma missão posterior fazendo, então, a coleta. NASA e ESA (a agência espacial europeia) planejam, juntas, esta missão de recuperação das amostras coletadas pelo Mars 2020, o que deve acontecer somente no início da década de 2030.

O Mars 2020 se difere do Curiosity por contar com inteligência artificial para ajudar sua missão, ficando mais próximo de "um estudante de graduação do que de um robô que é preciso microgerenciar", explica Steve Chien, chefe do grupo de IA da agência espacial dos Estados Unidos. Com a tecnologia, o robô será capaz de executar tarefas de maneira autônoma, ainda mais do que o Curiosity é capaz de fazer.

Fonte: BBC